segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Melancolias de um sertanejo longe de seu torrão

Sertão seco estou aqui
Nessa capital à toa.
Um dia eu te deixei
Porque faltava garoa.
Agora desprotegido,
Desempregado, sentido,
Tua falta me magoa.

Te deixei meu velho chão
Porque faltou agasalho.
Do gado todo caído,
Não mais se ouvia chocalho.
Chorava parado o vento,
O chão queimava sedento.
Despedia-se o orvalho.

Mesmo assim velho Sertão
Não posso te esquecer.
Te respirarei até
O dia que eu morrer.
Esses lugares modernos
Cheios de gente de terno
Nem chegam aos pés de você.

Tua calça sertão Velho
É um belo mandacaru;
A camisa é um juazeiro
Enfeitado de anu.
O cupim é o chapéu;
A gravata é o céu
Se derramando em azul.

Teus prédios são os serrotes
Habitadas por guará
Que guardam a tua filha.
A princesa do lugar
Do Reino da Pedra Fina
Caatinga ainda menina
Criou-se feliz por lá.

Teus mares são os açudes
Livres da poluição;
As veredas são as linhas
Dos metrôs do coração
De um sertanejo nato
Que aqui se sente ingrato
Por ter deixado teu chão.

Sertão Velho sou teu servo.
Sou teu súdito. É meu rei.
Mesmo que eu vá para a China
Inda lá te servirei.
Sem ti sou grilhão sem elo.
Guarde um canto no castelo
Que um dia eu retornarei.

de Manoel Messias Belizario Neto
João Pessoa - PB

Filho do dono

Sou herdeiro de deus por regalia
Sou menino chamado de senhor
O aluno que honra o professor
Sou viola com o nome de poesia
Sou a festa repleta de alegria
Sou a chuva que molha a natureza
Sou o mundo encantado da princesa
Sou o alvo dos olhos da bondade
O remédio que cura a saudade
De alguém carregado de tristeza.

Me aproximo bastante do que é certo
Cem por cento eu não sou, e ninguém é.
Sou normal pecador, mas tenho fé
Sei que da perfeição nem chego perto
Mas das garras do mal estou liberto
Pois a vida me deu esse legado
De ser filho de deus, abençoado.
Sou miragem avistada pelo mundo
Todo o tempo que há em cada segundo
Pelo meu criador eu sou lembrado.

Sou o jeito correto de agir
Nos momentos difíceis desta vida
O consolo que há na despedida
Pra alguém quando outro vai partir
Sou o ânimo pra quem quer desistir
E que acha que tudo se acabou
Sou o sim que a noiva esperou
Pra ouvir de seu noivo bem risonho
Sou a parte mais bela de um sonho
Que ninguém até hoje decifrou.

Sou o vento que sopra e alivia
O cansaço de quem sente calor
Sou o dom que deus deu ao cantador
Sou a rima que existe na poesia
Sou a nota melhor da melodia
Um acorde no som da humanidade
Defensor e adepto da verdade
Nos caminhos da vida eu vou seguindo
Acertando, errando e assumindo.
Sou um ente que vive sem maldade.

Sou a caça que fugiu do caçador
Sou a noite que nunca escureceu
Um bebê que ainda não nasceu
Sou o filho ausente que voltou
Sou um neto, sou pai, sou um avô.
Companhia pra quem perdeu o sono
O amparo a quem está no abandono
Sou a vida inteira num segundo
Com certeza não sou dono do mundo
Mas garanto que sou filho do dono.


de Edmilson Garcia
São Vicente - SP

O retrato do homem do sertão

Numa casa de taipa e chão batido
Ele mora, tranquilo, sossegado
Seu trabalho, é cuidar bem do roçado
D,onde seu, alimento é extraído
Por ali, ele é muito conhecido
E conhece, cada palmo do seu chão
Sua grande, ou maior preocupação
É faltar a comida na panela
La na roça, é assim que se revela
O retrato do homem do sertão

Chapéu grande de palha bem trançado
Um facão pendurado na cintura
Alpercata no pé, de sola dura
Um trinchete pontudo e amolado
Um boi manso, um jumento e um arado
Na cozinha, um moinho e um pilão
No lugar de usar um cinturão
Sua cinta é uma imbira sem fivela
La na roça é assim que se revela
O retrato do homem do sertão

Com o rosto, bastante enrugado
Com a pele queimada do sol quente
Com o jeito, matuto, permanente
No pescoço um rosário enfiado
Pra fazer oração lá no roçado
E pedir a Padim Ciço proteção
Pra que nunca na vida falte o pão
Para os filhos, e à esposa tão singela
Lá na roça é assim que se revela
O retrato do homem do sertão

Uma camisa suada e encardida
Uma calça rasgada no joelho
Com a barba tirada sem espelho
Que a navalha na pele fez ferida
Se levanta bem cedo e vai pra lida
De segunda, a sábado é um só rojão
Toda noite ele usa um lampião
Se não tem querosene ascende vela
Lá na roça é assim que se revela
O retrato do homem do sertão

Madrugada, levanta e chama o filho
Em seguida a esposa está de pé
Já prepara a chaleira de café
Faz beijú, tapioca e pão de milho
E enquanto o sol chega com seu brilho
Todos comem na beira do fogão
Sem porfia, e sem, reclamação
Porque sabem que a vida é sempre bela
Lá na roça é assim que se revela
O retrato do homem do sertão

Um domingo por mês vai na cidade
Comprar fumo de rolo na bodega
Na igreja, ouvir o que o padre prega
E cumprir a religiosidade
Lá na rua, não se sente, à vontade
Não parece pisar firme no chão
A lavoura é a sua profissão
E não sabe viver distante dela
Lá na roça é assim que se revela
O retrato do homem do SERTÃO.


de Edmilson Garcia
São Vicente - SP

Ela só quer, só pensa em... Ficar!

Eu quero falar um pouco
Dessa tal modernidade
Que já faz parte da vida
De toda a sociedade
Até lá no interior
Também acham que o amor
Não é mais necessidade.

Houve um tempo em que o jovem
Fosse homem ou mulher
Queria ser a metade
De um par perfeito qualquer
Hoje a coisa anda mudada
Do passado quase nada
É outra realidade.

Mandacaru “fulorava”
Lá na seca do sertão
Era tempo das mocinhas
Abrirem o coração
Hoje com o tal de “ficar”
Já não pensam em namorar
Mudou a situação.

Agora é beijar na boca
Transar, fazer coleção
Sair com um e acordar
Com outro em algum colchão
Com tanta promiscuidade
A responsabilidade
Foi pro espaço há um tempão.

Dá pena ver as meninas
Com tanta precocidade
Se transformarem em mamães
Ainda na flor da idade
E isso ainda não é tudo
Porque até o estudo
Também é prejudicado.

E que dizer do rapaz
Com pose de garanhão
E que dispõe de uma gata
Para cada ocasião
Mas quando a coisa complica
Ele se manda, não fica
Deixa a coitada na mão.

O que dá prá deduzir
De toda a situação
É que essa mocidade
Anda perdendo a razão
E sem razão e juízo
Quem fica com o prejuízo
É o próprio coração.

E que culpa tenho eu
Que sou pai como você
Vendo a coisa acontecendo
E deixando acontecer?
Pode ser que a conversa
Que é coisa que interessa
Pode muito resolver.

Precisa haver na família
Muito amor e união
Precisa haver amizade
Precisa religião
Tendo em que acreditar
A coisa pode mudar
Basta só um empurrão.

Há que haver também no jovem
A mínima percepção
De que tem que haver amor
Na vida e na relação
E responsabilidade
Em toda a paternidade
Que brotar do coração!

de Euripedes Barbosa Ribeiro
Camaçari - BA

BELEZAS DO SERTÃO

Senhores críticos basta
Deixai-me passar sem Pejo
Que um trovador sertanejo
Vem seu pinho dedilhar

Eu sou da terra onde as almas
São todas de cantadores
Sou do Pajeú das flores
Tenho razão de cantar

Não sou um Manoel Bandeira
Drumond nem Jorge de Lima
Não espereis obra-prima
Deste matuto plebeu

Eles cantam suas praias
Palácios de porcelana
Eu canto a roça a chopana
Canto o sertão que ele é meu

Vocês que estão no palácio
Venham ouvir meu pobre pinho
Não tenho o cheiro do vinho
Das uvas frescas do lácio
Mais tem a cor de Inácio
Da serra da Catingueira
Um cantador de primeira
Que nunca foi numa escola

Pois meu verso é feito a foice
Do caçaco cortar cana
Sendo de cima pra baixo
Tanto corta como espana
Sendo de baixo pra cima
Voa do cabo e se dana

O meu verso vem da lenha
Da lasca do Marmeleiro
Que vem do centro da mata
Trazida pelo lenheiro
E quando chega na praça
É trocada por dinheiro

O meu verso tem o cheiro
Da carne assada na brasa
Quando a carne é muito gorda
Esquentando a graxa vaza
É a graxa apagando o fogo
E cheiro invadido a casa

Aqui é minha oficina
Onde concerto e remendo
Quando o ferro é grande eu corto
Quando é pequeno eu emendo
Quando falta ferro eu compro
Quando sobra ferro eu vendo

Meu verso é feito a cigarra
Num velho tronco a sonhar
Que canta uma tarde inteira
E só para quando estourar
Que eu troco tudo na vida
Pelo prazer de cantar

Quem foi que disse
Professor de que matéria
Que o sertão só tem miséria
Que só é fome e penar
Que é a paisagem
Da caveira de uma vaca
Enfiada numa estaca
Fazendo a fome chorar

Num pode nunca imaginar
O som que brota
Da cantiga de uma grota
Quando a chuva caí por lá

O cheiro verde
Da folha do Marmeleiro
E o amanhecer catingueiro
No bico do sabiá
Tem Mulungu do vermelho
Mais vivo e puro
E tem o verde mais escuro
Que tinge o pé de Juá
A barriguda mostrando o branco singelo
E a força do amarelo
Na casca do Umbú-caja

Criou-se estigma
Do matuto pé de serra
Que tudo que fala erra
Porque num pôde estudar
Só fala versos matutos obsoletos
Feitos por analfabetos
Que mal sabem se expressar

Falam do sul com deboche
Que isso é cultura
De só comer rapadura
Como se fosse manjar

Saibam que aqui
Tem abelha de capoeira
E o mel da flor catingueira
É mais doce que o mel de lá

Temos poesia que exalta
O que é sentimento
E a força do pensamento
De quem sabe improvisar

Tem verso livre
Tem verso parnasiano
E mesmo longe do oceano
Tem galope a beira mar

Zefa Tereza mim ensinou
Que pra um caboclo
Entrar na roda de cocô
Tem que saber rebolar
Soltar um verso na roda
Que se balança
E no movimento da dança
Fazer o cocô rodar.


(Autor:Antônio Marinho Neto) Naturalidade São José do Egito - PE

FILHOS AUSENTES

Nossos filhos ausente, feito abelhas
Tem nas folhas da vida um compromisso
Mas por falta de chances se despeçam
No nordeste acontece sempre isso
De voltar, todos tem muita vontade
Vez em quando a empresa da saudade
Faz um pouso forçado em seu cortiço

Noutra gente a ausência dá sumiço
No entanto, o umbigo dessa gente
Sertaneja e fiel ao seu passado
É dos outros umbigos diferente
É na terra natal que um lado fica
Quando a gente se ausenta o outro estica
E traz a gente de volta novamente

Sempre em junho e dezembro a prole ausente
Entre a gente aparece reunida
Que essa graça aconteça, eu peço sempre
Que o amor patrocine essa acolhida
E que o sorriso festivo da chegada
Não se torne uma lagrima revoltada
Pra ninguém se ferir na despedida

Essa terra, é sem dúvida, a prometida
Como aquela onde Deus fez um jardim
Deus criou Céu e terra e tudo mais
Que a origem do mundo foi assim
Em seis dias, no sétimo descansou
Eu só penso que Deus nos enganou
E descansou pra fazer itapetim.
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Poema do poeta José Adalberto Ferreira,
extraído do livro “NO CAROÇO DO JUÁ”
de autoria do mesmo.
Fonte: Blog de Everaldo Artes Fotográficas

HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA

Uma placa de estanho foi usada
De betume de origem do petróleo
Na Judéia foi feito este tal óleo
Numa máquina grande inventada
A estampa por vez modelada
Com o tempo marcava a previsão
Peça plana ficava a exposição
Oito horas ou mais de luz solar
O processo que veio apresentar
Uma imagem com pouca expressão.

Foi Nièpce o tutor da criação
Que rumou a buscar litografia
O que hoje se ver fotografia
É o plano confuso da razão
De quem sempre anelou a perfeição
Dentre um quarto com câmara escura
Orifício era aberto a meia altura
Enquadrava seu alvo com a lente
Explodia um foco reluzente
No contraste inverso da figura

Este gênio mostrou desenvoltura
Grande “ÀS” no conceito da ciência
Seu trabalho rendeu a consistência
Se igualando à arte da pintura
Defendeu , trabalhou, teve postura
Detentor de um sistema organizado
Outros mestres seguiram seu legado
William Fox, também rumou na linha
No metal introduz sal de cozinha
Seu feito foi algo esperado.

Outro teste se deu por aprovado
Celulose era a base que faltava
Sais de prata, cloreto limitava
Mas o sódio rendeu bom resultado
O avanço era bem considerado
O processo chamou revelação
Entra luz completando a reação
Do nitrato fator indispensável
A imagem tornou-se incomparável
Foi criada a primeira emulsão.

No Brasil um francês faz produção
Se destaca com métodos ousados
Foi Florence dos mais determinados
Ao usar sua urina na porção
Aumentando seu poder de fixação
Qualidade em papel apresentou
O segredo mais tarde revelou
Foi o primeiro a usar esta grafia
Modo impresso chamou fotografia
Na história o seu nome consagrou.

Umidade na chapa combinou
Um sistema com nova alternativa
A mistura que fica corrosiva
Álcool, éter com nítrico somou
O colódio, algodão aglutinou
Impressão numa chapa diferente
A Albina do ovo faz presente
O inglês Frederik descobriu
Que a mistura homogenia reduziu
Pra segundos o campo reluzente.

Chapa seca mudou drasticamente
Instantânea foi sua reação
Gelatina compôs a emulsão
Cartilagem de osso transparente
Esta prática foi diferente
O sistema ganhou novo aliado
Foi o médico Richard apaixonado
Pela arte que outrora descobria
Encantou-se com a fotografia
Teve parte do tempo dedicado.

Com a máquina obscura do passado
Deu um passo pra grande descoberta
Quarto escuro uma fenda era aberta
Seu processo bem lento e complicado,
Nitidez foi o plano alcançado
Lambe-lambe a mais vitoriosa
Uma máquina grande bem vistosa
Era Daguerre mostrando seu talento
Registrava-se mais um grande invento
Preto e branco uma era glamourosa.

George Easman descobre a briosa
Sua fama espalhou-se mundo a fora
A kodak revela numa hora
Dando cores pra foto graciosa
Desde a forma mais simples de uma rosa
A relatos de estampa no jornal
Um avanço de cunho universal
Registrava paisagem colorida
O prazer, dissabores desta vida
Imprimiu de uma forma natura.

O cinema usou material
Que os gênios fotógrafos criaram
Os irmãos Lumiere completaram
Os avanços na câmara focal
A imagem ficou profissional
Outra arte surgia em grande tela
Se abria o talento outra janela
Vários nomes por muitos são lembrados
Os seus feitos tornaram consagrados
Neste século é lembrado por novela.

Cada foto nos mostra uma aquarela
É um passo a mais na descoberta
Bombardeio de pixel deixa certa
Digital é o mundo que se anela
Downloads com flash não cancela
O talento dos mestres do passado
Mas avisa que está ultrapassado
O sistema de filme de bobina
Não mais Leica, Kodak, Niponina
Megapixel, sistema utilizado.

Multi mídia, cartão ultra-avançado
Armazenam milhões de informações
Pequenina mas dentro dos padrões
Mede em giga o híbrido ligado
Fotografam com zoom manipulado
Captura com alta resolução
Cada toque um recurso em sua mão
PDAs para arquivos digitais
E a NET ganhou os virtuais
Com imagem bem próximo a perfeição.

A história da grande invenção
Que alguns chamam de Degerreotipia
Na verdade ela é fotografia
Descoberta brilhante da ação
Mentes sábias buscaram a reação
Manipulam testando a paciência
Elementos chegaram a consistência
A beleza podemos contemplar
Aplaudir, relatar e divulgar
A grandeza abstrata da ciência.
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Poema do poeta Alan Miraestes,São José do Egito - PE
Outubro de 2007.
Fonte:Blog de Everaldo Artes Fotograficas

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

OS NONATOS - O PLANETA MOVIDO A INTERNET É ESCRAVO DA TECNOLOGIA

O visor como tela de TV,
O teclado acessível como book
Pra maiúsculo ou minúsculo é Caps "Look"
Pra mandar imprimir é Control P
Com o micro'' Sansung e LG
E os programas que a Apple financia
A indústria da datilografia
Nunca mais vai fazer máquina Olivetti
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Quem se pluga em milésimo de segundo
E se conecta ao portal e seus asseclas
Basta apenas tocar numa das teclas
Que o visor nos transporta a outros mundos
Desde a terra dos solos mais fecundos
Ao espaço onde o vácuo se inicia
Quem formata depois cola, copia
E prende o mundo na grade de um disquete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

A indústria se auto-destruindo
Descartou o compacto e LP
Veio o surto da febre do CD
E DVD mal chegou e já está saindo
MD não há mais ninguém pedindo
Nu''a DAT gravar ninguém confia
Fita BASF tem pouca serventia
E ninguém quer mais nem ver videocassete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Brasil SAT é mais uma criação
Que nos nossos vizinhos deu insônia
O Sivam espiona a Amazônia
Evitando que haja outro espião
É por via satélite a transmissão
Que não tem transmissão por outra via
Uma antena seqüestra a sintonia
Pra DirecTV, Sky e Net
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Transatlânticos no mar fazem cruzeiros
E pelos micros das multinacionais
Hoje tem conferências virtuais
Com os executivos estrangeiros
O email é correio sem carteiros,
Tanto guarda mensagem como envia
Os robôs usam chip e bateria
E videogame é brinquedo de pivete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Cibernética na prática e no papel
Deixa os seres online e ganham IBOPE
Com Word tem Palm e laptop
E ainda mais PowerPoint e Excel
É possível quem mora em Israel
Pelo Messenger teclar com a Bahia
Se os autômatos ganharem rebeldia
Tenho medo que a máquina nos delete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Pra prever terremotos e tufões
Os sismógrafos têm números numa escala
E o trem-bala é veloz como uma bala
Numa linha arrastando dez vagões
No Japão e na China as construções
Já suportam tremor e ventania
Torre, ponte, edifício, rodovia
São perfeitos do jeito da maquete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Nosso pouso na lua foi suave,
Um robô foi a Marte e se deu bem
Estão querendo ir ao Sol, mas o Sol tem
De calor um problema muito grave
Mas a NASA não tem espaçonave
Que suporte essa carga de energia,
Se for feita de fibra, se desfia,
E de alumínio o monstrengo se derrete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Motorola trocou técnica e conselho,
Nokia e Siemens galgaram patamares
Já estão fora de moda os celulares
Que têm câmera e visor infravermelho
Reduzindo o tamanho de aparelho,
A Pantech fez mais do que devia
Que a memória de um chip não podia
Ser mais grossa que a lâmina de um Gillete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Hoje a Bombardier não fere as leis
E a Embraer mãe de Sênecas e Tucanos
Invísivel aos radares há dois anos,
Já existe avião que a Sukhoi fez
É da Nasa o XA-43
Que voando tem mais autonomia
Um piloto automático opera e guia
o Airbus e o 747
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia


(Autor: Raimundo Nonato e Nonato Costa)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

DEPOIS QUE A CHUVA CAI, É QUANDO A SECA TERMINA

O CÉU MUDA DE TEXTURA
O SOL JÁ NÃO MAIS AQUECE
DEPOIS QUE ACHUAVA DESCE
TRANSBORDA A TERRA EM FARTURA
NÃO HÁ UMA SÓ CRIATURA
NA TERRA QUE NÃO SE ANIMA
SÓ A NATUREZA ENSINA
O QUE LHE ENSINOU DEUS PAI
DEPOIS QUE A CHUVA CAI
É QUANDO A SECA TERMINA

(Autor: Mario Almeida)