quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Bebi pra esquecer d'ela, fiquei bebado e lembrando

Ela não quiz nem saber
Do amor que eu sentia
Talvez aconteça um dia
D'ela se arrepender
Mas se isso acontecer
Vai ficar se lamentando
Que um dia ficou negando
O amor que tinha a ela
Bebi pra esquecer d'ela
Fiquei bebado e lembrando

Lucimario Almeida

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Você foi o meu maior amor, e a minha maior decepção

Eu me apaixonei por você
Com uma força sem medida
Foi você o maior amor da vida
E nunca consegui te esquecer
Mas sabendo que nunca ia te ter
E que essa não era uma opção
Ouvi bater na porta do coração
Era uma visita inesperada de dor
Você foi o meu maior amor
E a minha maior decepção

Lucimario Almeida
26 de Dezembro de 2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mas eu penso tanto nela, Que até esqueço de mim

ÔH que tamanha maldade
O destino tem me feito
Quase toda noite eu deito
Sussurrando de saudade
Vejo amanhecer o dia
Acho que ninguém devia
Sofrer por alguém assim
Nem tão pura e nem tão bela
Mas eu penso tanto nela
Que até esqueço de mim

Marquinho da Serrinha São José do Egito
Fonte: Blog do Josa Rabelo

POSSIBILIDADES

Procurei saídas de várias maneiras
Pra ficarmos juntos e nos entendemos
Mas, infelizmente, encontrei barreiras
Que não permitiram nós nos pertencermos.

Nossas relações foram passageiras
Mas não foi apenas por nós dois querermos
Outros invadiram as nossas fronteiras
Destruindo a chance de felizes sermos.

Aparentemente nós nos dispersamos
Mas nossas vontades nós não separamos
Por mais influências que nos desservirem,

Quando as nossas sendas ficarem libertas
Possibilidades serão descobertas
Para os nossos sonhos se reconstruírem.

Zé Adalberto.

Enviado por Lucivania de Itapetim

NÃO É JUSTO EU CHORAR APAIXONADO, POR QUEM TANTO SORRIU DA MINHA DOR!

NÃO É JUSTO QUE EU SEQUE NEM DERRAME
UMA LÁGRIMA QUE SEJA POR ALGUÉM
QUE NÃO QUER O MEU BEM NEM ME QUER BEM
POR MAIS BEM QU’ EU LHE QUEIRA E QU’EU LHE AME
SEM O SAL DO MEU PRANTO DAR VEXAME
NOS MEUS OLHOS VERMELHOS, SÓ DE AMOR
LENÇO MEU, NÃO VAI MAIS MUDAR DE COR
ENXUGANDO ILUSÃO SEM RESULTADO
NÃO É JUSTO EU CHORAR APAIXONADO
POR QUEM TANTO SORRIU DA MINHA DOR!

Zé Adalberto

Enviado por Lucivania de Itapetim

Não ter saudade de nada, É não ter nada na vida.

Não ter do que ter saudade
É quase não ter motivo
Para permanecer vivo
Junto à sensibilidade
Deixar, em si, a vontade
De ver de novo esquecida
A meu ver, é a medida
Mais "pobre" a ser adotada
Não ter saudade de nada
É não ter nada na vida.

Zé Adalberto.

Enviado por Lucivania de Itapetim

QUANDO SINTO OS IMPULSOS DA SAUDADE, FAÇO UM VERSO DE AMOR PENSANDO NELA.

QUANDO AQUELA SAUDADE IMPACIENTE
ME COLOCA NO LEITO DO SEU COLO
MINHAS PERNAS NÃO SENTEM MAIS O SOLO
MINHA ALMA FLUTUA INTENSAMENTE
FECHO OS OLHOS E A VEJO EM MINHA MENTE
SE DESPINDO PRA MIM E EU PRA ELA
PARECENDO UMA CENA DE NOVELA
MAS, NO FUNDO, ACONTECE DE VERDADE
QUANDO SINTO OS IMPULSOS DA SAUDADE
FAÇO UM VERSO DE AMOR PENSANDO NELA.

José Adalberto

Enviado por Lucivania de Itapetim

Aprendi

Com minha alma cansada de chorar
Abri mão daquilo tudo que vivi
Mesmo com o coração espedaçado
Enterrei todo o meu passado
Agredi as regras do correto
Andando por caminhos incorretos
Que me levou ao sentido de saber
Que a vida me leva a uma felicidade abstrata
E que depois de tanta caminhada
Eu me vejo novamente desesperada
Chorando em prantos lamentáveis
Por ter seguido mais uma vez
Ingenuinamente, nesta caminhada.

Déborah Ferreira Guimarães.

POETISA :LUCIVANIA

Marciano meu amigo preste bastante atenção
Por tamanho ocorrido que acelera o coração
Acidente inesperado ,com sorte no resultado
Por terdes só machucado e tido escoriação
Por ter fibra de vaqueiro Deus conhece tua arte
Nasceste para vencer superar qualquer desastre
E podem ate duvidar mais tenho que concordar
Vinheste mesmo de MARTE.

POETISA :LUCIVANIA
Itapetim

NATAL

Natal chega e o povo se ageita
fazem festa festeja o tempo inteiro
e na casa de todo brasileiro
tem na mesa um livro de receita

Tem lasanha perú e ainda aceita
feijoada farofa e tem carneiro
varios tipos de vinhos carreteiro
vinho tinto pra seia ser perfeita

O matuto prepara a carne assada
vai e vem e a mesa esta lotada
outro vem por alí tras a bebida

A familia e amigos vão chegando
e depois já estão comemorando.
a familia felíz ta reunida..

autor:( José nilton )

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Se pudesse voltar eu voltaria, só pra ter o teu beijo novamente

Nosso amor foi dificio e complicado
começou sem ter rumo pra segui
foi a coisa mais linda que vivi
mesmo assim nunca pode florescer
toda vez que me lembro de você
bate o peito mostrando a dor que sente
que por outro jamais eu sentiria
se pudesse voltar eu voltaria
só pra ter o teu beijo novamente

Paula Daniele São José do Egito

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Imortal

Pode até meu amor já ter morrido,
Podes dizer que teu amor morreu,
Só não pode morrer, nem faz sentido,
aquele amor que nosso amor viveu.

O grande Ronaldo Cunha Lima.

O medo e a falta

Você me faz medo,
mas você me faz falta.

A diferença entre o medo e a falta
é que o medo você sabe quando tem,
e na falta você sente que não tem.

A falta, com o medo, sobressalta.
Entre o medo que você me traz
e a falta que você me faz,

você é o medo que me falta

Ronaldo cunha lima

Eu sei o que ela faz

Eu não sei por onde ela anda,
mas eu sei o que ela faz:

FAZ UMA FALTA DANADA

Ronaldo Cunha Lima

Haverei de te amar a vida inteira

Haverei de te amar a vida inteira.
Mesmo unilateral o bem querer,
é forma diferente de se ter,
sem nada se exigir da companheira.

Haverei de te amar a vida inteira,
(não precisa aceitar, basta saber),
pois amor que faz bem e dá prazer
a gente vive de qualquer maneira.

Eu viverei de sonhos e utopias,
realizando as minhas fantasias,
tornando cada qual mais verdadeira.

Eu te farei presente em meus instantes.
Supondo que seremos sempre amantes,
haverei de te amar a vida inteira.

Ronaldo Cunha Lima

Habeas Pinho

Na Paraíba, alguns elementos que faziam uma serena foram presos. Embora liberados no dia seguinte, o violão foi detido. Tomando conhecimento do acontecido. o famoso poeta e atual senador Ronaldo Cunha Lima enviou uma petição ao Juiz da Comarca, em versos, solicitando a liberação do instrumento musical.

Senhor Juiz.
Roberto Pessoa de Sousa

O instrumento do "crime"que se arrola
Nesse processo de contravenção
Não é faca, revolver ou pistola,
Simplesmente, Doutor, é um violão.

Um violão, doutor, que em verdade
Não feriu nem matou um cidadão
Feriu, sim, mas a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade
O crime a ele nunca se mistura
Entre ambos inexiste afinidade.

O violão é próprio dos cantores
Dos menestréis de alma enternecida
Que cantam mágoas que povoam a vida
E sufocam as suas próprias dores.

O violão é música e é canção
É sentimento, é vida, é alegria
É pureza e é néctar que extasia
É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório.
Mas seu destino, não, se perpetua.
Ele nasceu para cantar na rua
E não para ser arquivo de Cartório.

Ele, Doutor, que suave lenitivo
Para a alma da noite em solidão,
Não se adapta, jamais, em um arquivo
Sem gemer sua prima e seu bordão

Mande entregá-lo, pelo amor da noite
Que se sente vazia em suas horas,
Para que volte a sentir o terno acoite
De suas cordas finas e sonoras.

Liberte o violão, Doutor Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito.
É crime, porventura, o infeliz
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime, afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
Perambular na rua um desgraçado
Derramando nas praças suas dores?

Mande, pois, libertá-lo da agonia
(a consciência assim nos insinua)
Não sufoque o cantar que vem da rua,
Que vem da noite para saudar o dia.

É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento
Juntada desta aos autos nós pedimos
E pedimos, enfim, deferimento.


O juiz Roberto Pessoa de Sousa, por sua vez, despachou utilizando a mesma linguagem do poeta Ronaldo Cunha LIma: o verso popular.

Recebo a petição escrita em verso
E, despachando-a sem autuação,
Verbero o ato vil, rude e perverso,
Que prende, no Cartório, um violão.

Emudecer a prima e o bordão,
Nos confins de um arquivo, em sombra imerso,
É desumana e vil destruição
De tudo que há de belo no universo.

Que seja Sol, ainda que a desoras,
E volte á rua, em vida transviada,
Num esbanjar de lágrimas sonoras.

Se grato for, acaso ao que lhe fiz,
Noite de luz, plena madrugada,
Venha tocar á porta do Juiz.

Não maldigo os versos que lhe fiz

Não maldigo os versos que lhe fiz,
embora não devesse tê-los feito.
São versos que nasceram do meu peito,
mas frutos de um amor muito infeliz.

São versos que guardam o que não quis
guardar daquele nosso amor desfeito.
Relendo-os sofro, e sofrendo aceito
o que o destino quis como juiz.

Não os maldigo, não. Não os maldigo.
Vou guardá-los em mim como castigo,
para no amor eu escolher direito.

Só porque nesse amor não fui feliz,
não maldigo os versos que lhe fiz,
embora não devesse tê-los feito.

(Ronaldo Cunha Lima)
Eviado por Lucivania de Itapetim

Eu na tela da vida desenhei, Tua face com a tinta da saudade

Aprendi desenhar por causa dela
O motivo não deve ser contado
O presente faz parte do passado
O que houve entre nós pergunte a ela
Desse filme de amor restou a tela
A paixão transformou-se em crueldade
Com a tinta da sua falsidade
Fiz o rosto daquela que amei
Eu na tela da vida desenhei
Tua face com a tinta da saudade

A distância entre nos me causou dor
Pra mantê-la comigo foi o jeito
Desenhar sua face no meu peito
Pra mostrar que quem manda é o amor
Quando a causa é saudade nem doutor
Medicando dar jeito a enfermidade
Hoje dela não tenho a amizade
Eu não sei se perdi ou se ganhei
Eu na tela da vida desenhei
Tua face com a tinta da saudade

Adalberto de Vital.
Enviado por Lucivania de Itapetim

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Amante da natureza

Eu sou um apaixonado
Amante da natureza
Eu cuido das minhas plantas
Com todo teor de pureza
Meu jardim meu paraíso
Minha fonte de riqueza

Planto a semente na terra
Eu rego, E ela germina
Nasce, cresce bota frutos
Igual a uma moça menina
São coisas da natureza
São obras da mão divina

Paquero as flores das plantas
Namoro os frutos maduros
Sou noivo da natureza
Casado com o futuro
E vivo no paraíso
Em lua de mel com o ar puro

A água é sangue, é vida
Que através da chuva se lança
Deixando as nossas florestas
Alegres que nem criança
Transformando a paisagem
No verde da esperança

Autor: José Milto (Miltinho)
Da comunidade do Carro Quebrado - Triunfo - PE

terça-feira, 22 de novembro de 2011

QUANDO EU LIGO PRA VOCÊ

QUANDO EU LIGO PRA VOCÊ
EU FICO A ME PERGUNTAR
POR A ALEGRIA E A TRISTEZA
VEM JUNTAS PRA ME APERRIAR
POIS FICO ALEGRE QUANDO LIGO
E TRISTE QUANDO VOU DESLIGAR

Mario Almeida

VAQUEJADA É MEU ESPORTE, MULHER É MINHA PAIXÃO

Gosto de mulher bonita
E gosto de usar gibão
Só vivo usando perneira
Em meu cavalo alazão
Nem que meu chicote entorte
Vaquejada é meu esporte
Mulher é minha paixão
****
Tonny Vaqueiro

A FLORA SENTE O PERFUME, DAS FLORES DA QUIXABEIRA

Se a água vem do rio
Sua fonte é mineral
Se o homem é normal
Ele busca desafio
E a beleza que viu
Na imensa cachoeira
No abismo mas na beira
Teve medo e não assume
A flora sente o perfume
Das flores da quixabeira

Tonny Vaqueiro

SONETO DA PAIXÃO

Começa com um olhar e um sentimento
Que depois vira amor a qualquer hora
Mais bela que uma flor a mulher chora
Não da mais pra controlar pressentimento

O homem lembra logo num momento
Aquela mulher da rua onde ele mora
Que quer que seja a sua linda flora
E ensiste a lhe procurar no pensamento

Por ela ele da a sua vida
Por ele ela derrama o seu pranto
E ele canta pra ela um lindo canto

Nesta estrada que estava sem saída
Procurando encontrar sua querida
Que nunca a viu com tanto encanto
****

Tonny Vaqueiro (Maciano Oliveira) Lagoa de Outra Banda São José do Egito

EU PASSEI PELA VIDA SEM TER VIDA, ESTOU VIVENDO NA VIDA SEM VIVER

Quando lembro o que sua carta me relata
Lembro das coisas boas que vivemos
No destino só nos dois que nos perdemos
E agora esta saudade me mata
E você sem querer já me maltrata
Eu procuro mas sei que não vou te ver
Estou sentindo que agora vou morrer
Pois só quero é te chamar de querida
Eu passei pela vida sem ter vida
Estou vivendo na vida sem viver

****
Se um dia eu puder te encontrar
Saiba o que na hora eu direi
Que o culpado fui eu agora eu sei
E voltei pra o amor recomeçar
Um minuto não parei de procurar
Um remédio pra curar o meu sofrer
O remédio meu amor só e você
Pois no meu coração é que és nascida
Eu passei pela vida sem ter vida
Estou vivendo na vida sem viver

****

Tonny Vaqueiro (Maciano Oliveira) Lagoa de Outra Banda São José do Egito

PELO AMOR DE UMA MULHER

Se uma mulher soubesse
O valor que o Homem tem
Lhe entenderia também
E dava o que ele merece
Pois o Homem não esquece
Realmente o que ele quer
Por um motivo qualquer
Já fica desesperado
Fica preso e dominado
Pelo amor de uma mulher
****

Tonny Vaqueiro (Maciano Oliveira) Lagoa de Outa Banda São José do Egito

FOLHA AO VENTO

Sou uma folha carregada pelo vento
Não tenho dia nem hora de chegar
No caminho só penso em te encontrar
E isso aumenta mais o meu lamento
Com você dentro do meu pensamento
Toda hora estou querendo te ver
E cada vez mais te conhecer
Te amar mais do que eu te amei
Falar coisa que ainda não falei
Insistir que ainda amo você
****

Tonny Vaqueiro (Maciano Oliveira) Lagoa de Outra Banda São José do Egito

MULHER TU ÉS A CULPADA, DOS TOMBOS QUE DOU NA VIDA

Por você vivo perdido
Na maior desilusão
Quem sofre é meu coração
Que não é correspondido
Já vive bem distraído
Por você minha querida
Mulher tu és a culpada
Dos tombos que dou na vida
****
Saio pra te procurar
Em algum lugar qualquer
Me diga logo o que quer
Que eu ainda não sei
Por você eu matarei
Quem aqui não é nascida
Embora viva perdida
Suja e desmantelada
Mulher tu és a culpada
Dos tombos que dou na vida
****
Por você fico bebendo
Em algum bar da cidade
Sentindo apenas saudade
Já estou quase morrendo
Me encontro me perdendo
Vendo você distraída
Eu te chamo de querida
E sinto uma dor danada
Mulher tu és a culpada
Dos tombos que dou na vida
****

Por você fico bebendo
Em algum bar da cidade
Sentindo apenas saudade
Já estou quase morrendo
Me encontro me perdendo
Vendo você distraída
Eu te chamo de querida
E sinto uma dor danada
Mulher tu és a culpada
Dos tombos que dou na vida
****
Eu me lembro de você
Saio pra te procurar
Procuro em todo lugar
E não consigo entender
Como é que posso querer
Você que é mal-ouvida
Com a outra és parecida
Mas tu que és amada
Mulher tu és a culpada
Dos tombos que dou na vida
****
Já tentei te esquecer
Pena que não consegui
Pessoa linda não vi
Que fosse como você
Estou aqui a sofrer
Você diz que e iludida
Eu procuro uma saída
Pra te deixar conformada
Mulher tu és a culpada
Dos tombos que dou na vida

Tonny Vaqueiro de Lagoa de Outra Banda São josé do Egito

POEMA MAIS UMA CHANCE

VOU FAZER UMA NOVA TENTATIVA
COMO A PLANTA QUE DENTRO DAS ESCOLHAS
NECESSITA PERDER AS PRÓPRIAS FOLHAS
PRA GANHAR O DIREITO DE ESTAR VIVA
SE A RAIZ DO PERDÃO FOR DECISIVA
PRA NUTRIR O QUE PODE UNIR A GENTE
VOU VIRAR UMA PLANTA DIFERENTE
MAS VOCÊ NEM PRECISA VIRAR FLOR!
"VOU DAR MAIS UMA CHANCE A ESSE AMOR
NEM QUE EU SEJA FRUSTRADO NOVAMENTE"

BASEADO NO TOPO DA VERDADE
QUE PROTEGE INFELIZ, ERRADO E LOUCO
VOU TENTAR OUTRA VEZ DESCER UM POUCO
DO TIJOLO DA MINHA VAIDADE
PRA NÃO TER QUE JULGAR SUA VONTADE
COM MAIS UMA VONTADE INTRANSIGENTE
POSSA SER QUE A RAZÃO SEJA INOCENTE
E O REMORSO CONDENE A MINHA DOR
"VOU DAR MAIS UMA CHANCE A ESSE AMOR
NEM QUE EU SEJA FRUSTRADO NOVAMENTE"

POETA :ZÉ ADALBERTO /POEMA MAIS UMA CHANCE
Enviado por Lucivânia Bernardo

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Soneto Ser perfeito

É buscando chegar na perfeição
Que os homens procuram plenamente
Esta busca se torna permanente
Mais jamais acharam à solução.

Eles andam em outra direção
Em caminho bastante diferente
Compram carros, trabalham brutalmente
Só dinheiro lhes dar satisfação.

Mais perfeito aqui não há ninguém
Ser perfeito não pode ser alguém
Que dinheiro defina seu respeito.

Ser perfeito é jamais fazer errado
E Jesus disse ao povo no passado
Ser perfeito, só Deus é ser perfeito.

Nilton o poeta divino

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Você pode encontrar mil pretendentes, Mas nem um vai te amar como eu te amei.

Você pode encontrar milhões de amores
cada qual que te oferte mais carinho
que te dê casa boa,carro,linho
e que partilhe contigo as mesmas dores
pode até encontrar quem mande flores
da maneira que um dia eu já mandei
mas nem um vai lutar como eu lutei
contra força infernal dos teus parentes
você pode encontrar mil pretendentes
mas nem um vai te amar como eu te amei.

Você pode encontrar uma criatura
mas madura que eu e de alto porte
que te jure um amor até a morte
mas nem sempre quem fala cumpre a jura
já eu sim levarei pra sepultura
esse amor imortal que eu te jurei
esquecer-te de fato eu já tentei
mas a ti estou preso por correntes
você pode encontrar mil pretendentes
mas nem um vai te amar como eu te amei.

Você pode encontrar um cavalheiro
com os mais altos requintes de nobreza
que ostente o que é pela riqueza
mas amor não se compra com dinheiro
pode até desprezar este vaqueiro
esquecendo de tudo que eu falei
tocar fogo nas cartas que eu mandei
nos bilhetes,retratos e presentes
você pode encontrar mil pretendentes
mas nem um vai te amar como eu te amei.

Glosas: Welton Melo
Mote: Bio Salvino
Fonte:Blog Leo Meeiros O Poeta popular

Sou

Sou a parte que não sei
Sou o surreal da arte
Sou a parte a qual faltei
Sou a parte em toda parte
Que se parte em pedacinhos
Sou vários pequenininhos
Sou até o que sobrou
E o que digo andando a esmo?
Se o que vejo de mim mesmo
É tal parte que não sou.

Kerlle de Magalhães
Fonte:Blog (Ser) Tão Poetas

Os Quatros Bebados

OS QUATRO BÊBADOS

Quatro bêbados bebiam numa mesa,
E falavam da vida e tudo em fim.
O primeiro dizia: “Eu bebo assim,
Pra poder afogar minha tristeza”…

O segundo, engolindo uma de gim,
Diz: “a cana é quem faz minha defesa…
Se não fosse a bebida, essa beleza,
Minha vida seria muito ruim!

O terceiro, morrendo de ressaca,
Diz: eu sinto a matéria muito fraca,
Vou parar de beber essa semana!

Grita o outro: “não faça essa desgraça,
Mande abrir mais um litro de cachaça
Que é pra gente morrer bebendo cana!

Gonga Monteiro
Tabira, 18/02/2011
Fonte: blog (Ser) Tão Poetas

Senti-los

É preciso extrair a pura essência
Existente em nós e em nossas vidas,
Pois assim sentiremos resistência
Ao encontrarmos sensações perdidas.

Enxergar o escuro em transparência,
Ouvir o som nas notas produzidas.
Saciar o sabor da existência,
Cheirar a luta nas canções contidas.

Tocar a alma, a forma, o instrumento.
Amar a vida, a fé e o sentimento,
Que é necessário para prosseguir…

Pois, se não houver sonhos construídos,
Qual o sentido em ter os sentidos
E não usá-los pra saber sentir?

Isabelly Moreira - São José do Egito
Fonte: Blog (ser) Tão Poeta

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ai, quem me dera

Ai quem me dera, terminasse a espera
E retornasse o canto simples e sem fim...
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim

Ai quem me dera percorrer estrelas
Ter nascido anjo e ver brotar a flor
Ai quem me dera uma manhã feliz
Ai quem me dera uma estação de amor

Ah! Se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais

Ai quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afins
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim

Ai quem me dera ouvir o nunca mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E finda a espera ouvir na primavera
Alguem chamar por mim...

Vinícius de Moraes

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pagina branca - Soneto

Meu coração se apressa em te lembrar
No raro encanto que teu olhar encerra
O calor do teu afago a me queimar
Restringindo a tortura dessa espera

Deusa de tuas noites, apenas quero
Enlanguescer perdida em teu abraço
Aspirar todo encanto, que com esmo
Ofereces no aconchego do teu regaço

Vem, leva o inverno que em mim mora
Quando da tua ausência, farta me vejo
Traz teu olhar, que meus sentidos aflora
Entontece-me com fúria do teu desejo

Toma meu sonho nos lençóis de cetim
Sou tua página branca, rabisca em mim

Gloria salles

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Para Deborah Guimarães

Posso até me equivocar
Em versar sobre você
Mas pelo pouco que conheço
Acho que dá pra saber
Há coisas que a boca não fala
Só um gesto pode dizer

Só um gesto pode dizer
O quanto alguém é gente boa
Pode cair tempestade
Fazer sol, cair garoa
Nem a tristeza chega perto
Quando seu sorriso soa

Quando seu sorriso soa
Quem tá perto se contagia
Pois deus lhe deu esse dom
Do sorriso como magia
Que pra ser feliz toda vida
Siga esse dom como guia

Siga esse dom como guia
Que a todo mundo encanta
Pois vejo nos seus amigos
Que a alegria é tanta
Que ainda não vi tristeza
Que um sorriso não espanta

Queria de te falar mais
Perdão se não falei direito
As rimas foram bem simples
Mas saíram aqui do peito
E outo dia eu prometo
Que faço um verso bem feito

Deixo aqui a minha estima
Pra essa galega especial
pessoa de fina estampa
Uma bandeira fenomenal
Deixo escrito Deborah Guimarães
Em letreiro digital! Uau!

Mario Almeida

Esse é pra você Deborah

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O tempo dá, depois leva, Não devolve nunca mais.



Lembro dos meus vinte anos
No verdor da mocidade
Gozava a felicidade
De nada fazia planos;
Juntamente com meus manos
Eu dava saltos mortais
Hoje nos meus castiçais
Invés de luz vejo treva
O tempo dá, depois leva
Não devolve nunca mais.

Mote: Aloísio Lopes
Glosa: Léo Medeiros
Sobral, 03/10/2011.
Fonte: Blog de Leo Medeiros

Nossas brigas de amor já fazem parte, Do romance maior de nossas vidas

A distância pra nós foi um castigo
e castigados podemos aprender
que eu não posso existir sem ter você
e nem você ser feliz sem tá comigo
foi nas brigas que vi que não consigo
encontrar outra dama em minhas idas,
te botar no mural das esquecidas
nem mandar o que eu sinto pra o descarte
nossas brigas de amor já fazem parte
do romance maior de nossas vidas.

Nosso amor se tornou tão complicado
cada briga manchou nossos cartazes
porem logo em seguida vinham as pazes
pra botar-nos de novo lado à lado
Que é difícil um casal apaixonado
não rever suas falhas cometidas
pois diante de nossas despedidas
eu me vi quase a beira de um enfarte
nossas brigas de amor já fazem parte
do romance maior de nossas vidas.

Nossas brigas cessou nossos carinhos
Mas depois o amor curou as dores
Que um casal quando vive em mar de flores
Muitas vezes se furam com os espinhos
Se eu feri os meus pés pelos caminhos
Ao andar pelas zonas proibidas
Só você é quem cura tais feridas
Pois em ti encontrei meu baluarte
Nossas brigas de amor já fazem parte
Do romance maior de nossas vidas


Mote:Biu Salvino
Glosas:Welton Melo
Fonte: Blog de Leo Medeiros

Eu sou pouco pra você

Sou tão pouco meu bem,sou quase nada!
sou somente um poeta sonhador
minha mãe foi uma santa abençoada
e papai não passou de um lavrador
me criei nesta vida um tanto dura
ajudando papai na agricultura
e vendo a seca torrar minha esperança
de lazer meu amor,não tive nada!
pois quem cresce no cabo de um enxada
não tem tempo se quer de ser criança.

Foi assim que eu passei a minha vida
sem direito a amar nem querer bem
e apesar da infância tão sofrida
não invejo viver de seu ninguém
nunca tive direito a um brinquedo
o que eu tinha era um calo em cada dedo
pra provar q eu cuidei da plantação
cultivei esta terra seca e dura
e apesar dessa vida de amargura
eu me orgulho em ser filho do sertão.

Apesar de também ser sertaneja
nós dois somos bastantes diferentes
sua vida foi dada de bandeja
você teve os melhores pretendentes
cada qual mais bem visto pelo povo
com dinheiro no banco,carro novo
e se quer algum dia passou fome
mas você se envolveu com este matuto
operário da roça,pobre e bruto
que mal sabe escrever o próprio nome.

Eu sou pobre meu bem,sem condição
mas por isso eu não sou um marginal
e nem penso em sair do meu sertão
pra viver nos porões da capital
o que eu quero é morar num pé de serra
retirando o sustento dessa terra
bem distante de um mundo sub humano
desenhar minha vida numa tela
e me casar com uma moça pura e bela
que me dê um menino todo ano.

Mas se tu realmente diz me amar
com total segurança e com certeza
e aceitar meu convite pra o altar
dando as costas pra o lucro e pra riqueza
vou trazer-te meu bem pra meu ranchinho
te tratar com amor e com carinho
da maneira que assim eu sempre fiz
que o amor sendo puro,a tudo encobre
e o mundo vai ver que um cabra pobre
também pode fazer mulher feliz.

Autor: Welton Melo
São José do Egito-PE, 02/11/201
Fonte:Blog de Leo Medeiros

Não existe quem viva sem saudade, Nem saudade que dure sem razão.

Quando a tormenta viaja ao seu encontro
E você põe-se a pagar pelos castigos
Ao chorar você pede o reencontro
Ora a Deus pra ter por perto os amigos
Agradece por tê-los como abrigos
Sente firmeza por eles serem teu chão
Já não tendo mais mágoa no coração
Cai a tormenta, reina a felicidade
Não existe quem viva sem saudade
Nem saudade que dure sem razão.

Autor desconhecido

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

SOU MATUTO NORDESTINO

SOU MATUTO NORDESTINO
E NÃO SEI FALAR BONITO
EU DIGO TUDO QUE PENSO
FALO TUDO QUE ACREDITO
EU NÃO SEI FICAR CALADO
SOU UM VAQUEIRO APAIXONADO
DE SÃO JOSÉ DO EGITO.

(Tonny Vaqueiro)

domingo, 6 de novembro de 2011

Uma Paixão Pra Santinha

Jessier Quirino

Xanduca de Mané Gago
Tinha querença mais eu
Me vestia de abraço
Bucanhava os beiço meu
Era aquele tirinete
Parecia dois colchete
Eu in nela e ela in nêu.

No apolegar das tetas
Nos chamego penerado
Nas misturação das perna
Nos cafuné do molengado
Nos beijo mastigadinho
Nos açoite de carinho
Nós era bem escolado.

Era aquele tudo um pouco
Era aquela amoridade
Mas faltava na verdade
Sensação de friviôco
Um querer, uma pujança
Daquela que dá sustança
Na homencia do cabôco.

No dia que`u vi Santinha
Sobrinha do sacristão
O bangalô do meu peito
Se enfeitou feito um pavão
Foi quando esqueci Xanduca
Sem mágoa sem discussão
Pois vimos que nós só tinha

Uma paixãozinha mixa
Uma jogada de ficha
Uma piola de paixão.
Santinha é a indivídua
Que misturou meu pensar
Que me deixou friviando
Sem nem sequer me olhar

Matutinha aprincesada
Mulher de voz aflautada
Olhosa de se olhar
Fulô de beleza fina
É a tipa da menina
Que se deseja encontrar.
Mas Santinha é quase santa

Nem percebe o meu amor
Não tem na boca um pecado
Tem o beicinho encarnado
Pintado a lápis de cor
Só tem olhos pra bondade
Mas não faz a caridade
De enxergar um pecador.
Ah! se eu fosse um monsenhor

Um padre, um frei, um vigário
Eu achucalhava os sino
De riba do campanário
Eu abria o novenário
Eu enfeitava um andor
Botava ela impezinha
Feito uma santa rainha

Padroeira dos amor.
Arranjava um pedestal
Um altar um relicário
Chamava todas carola
Chamava todo igrejário
E dizia em toda altura
Com voz de missionário:

Oh! minha santa Santinha!
Tire este manto celeste
Saia deste relicário
Olhe pra mim e garanta
Que vai deixar de ser santa
Que`u deixo de ser vigário!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Não há verso no mundo que retrate, A grandeza do povo sertanejo"

"Procurei encontrar inspiração
Num recanto de terra pequenina
Pra fazer um poema em descrição
Das histórias da vida nordestina
Mas olhando para a força dessa gente
Vi que um verso não é suficiente
Pra mostrar a beleza do que vejo
Um poema seria um disparate
Não há verso no mundo que retrate
A grandeza do povo sertanejo"

Maurício Menezes

Sem nordeste o Brasil não é Brasil, Sem sertão o nordeste não é nada

Falar mal do sertão hoje eu não ouço
Não se entrega a cansaço ou enxaqueca
Um herói pelejando contra a seca
Contra a cheia combate sem sobrosso
Respeitá a moral de velho e moço
Também quer ver a sua respeitada
Sem Brasil a América é derrotada
Com Brasil a América vale mil
Sem nordeste o Brasil não é Brasil
Sem sertão o nordeste não é nada

IVANILDO VILA NOVA .........

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Amor

O amor é como a morte
Que não separa ninguém
Quem parte sente saudade
Quem fica saudade tem
Quem segue, segue chorando
Quem fica chora também

Autor: Desconhecido

Ex saudade

A saudade invadiu meu peito,
Formou um buraco por muito tempo.
Mas hoje é diferente,
pois você preencheu este sentimento.
Me deixando feliz a todo momento.

Autora: Deborah Guimarães

sábado, 8 de outubro de 2011

Pé de saudade

Plantei um pé de saudade
Sabe o que aconteceu?
Pensei que não nascia
Mas não é que ele nasceu
Hoje quem tá vivendo é ele
E quem tá morrendo sou eu.

Autor: Felipe Junior

Sempre viva a vida com amor

Sempre viva a vida com amor
Um ao outro amar sempre amar
E amando viver sem esperar
Vir em troca carinho ou um favor
Que amar é um bem que Deus clamor
Para amar sempre amar o semelhante
Que amar é melhor que diamante
Bem melhor do que todo seu dinheiro
Sem amor somos pobres o tempo inteiro
A riqueza de nos fica distante...

Nilton (poeta divino)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Um coquetel de Poetas e Versos

Ismael Pereira(PE) disse:

Depois que meu pai morreu
Minha mãe ficou sozinha
Na sua vida de pobre
Trabalhando pra vizinha
Estragado a vida dela
Pra dar conforto a minha

Antonio de França(RN) disse:

Não deve um homem querer
Por qualquer coisa brigar
Se alguém desafiá-lo
Deve fugir do lugar
Bonito é se defender
Sem ser preciso matar

José Monte(RN) disse:

É bonito se olhar numa represa
A marreca puxando uma ninhada
Com um gesto de mãe tão dedicada
No encontro das águas da represa
Quanto é lindo o arrolho da burguesa
Num conserto de notas musicais
A lagarta com letras naturais
Numa folha escrever fazendo um cheque
E palmeira selvagem abrindo o leque
Espantando o calor que a tarde faz

Antonio Queiroz(BA) disse:

Neste mundo que habito Deus é dono
Este espaço que eu vejo Deus domina
Tudo que há na Terra Deus criou
As virtudes da vida Deus ensina
Mas da mesma maneira que Deus fez
Qualquer dia querendo Deus termina

Leandro Tranquilino(BA) disse:

Mesmo que o Brasil divida
A partir de Salvador
Nós vamos ter crescimento
Seja de qual forma for
O Brasil precisa ter
Presidente cantador

Antonio Jocélio(CE) disse:

Sou um pobre a vagar sem companhia
Sem emprego, sem rumo e sem patrão
Sinto o fogo do sol, queimando a pele
Vejo marcas de luta em cada mão
E um soluço marcando os últimos passos
De quem nada arranjou na profissão

Zé Maria(CE) disse:

Ser poeta não é pensar de ser
Que quem pensa que é finda não sendo
Diz que sabe de tudo não sabendo
Que quem sabe não gosta de dizer
Pois que diz o costume é não saber
Que o sabido sabendo se aquieta
Mas o erro maldito do pateta
É querer um lugar que não lhe cabe
Diz ao povo que sabe, mas não sabe
O dever ideal de ser poeta.

Moacir Laurentino(PB) disse:

Acho bonito o inverno
Quando rio está de nado
Que o sapo faz oi aqui
Outro oi do outro lado
Parece dois cantadores
Cantando um mourão voltado.

João Paraibano(PB) disse:

O que mais me admira
É vê-se um sapo inocente
Que gosta de lama fria
Mas detesta a terra quente
Vendo da cobra o pescoço
Pinota dentro do poço
Pra se livrar da serpente.

Zé de Almeida(AL) disse:

Eu acho que esse louro
Dos outros é diferente
Não tem asa mas tem boca
Não tem bico mas tem dente
Não tem pena mas tem pena
De vir dar dinheiro a gente.

Noel Calixto(AL) disse:

Alagoas tem Quilombo
Belas praias, tem coqueiro
Berço de Apolônio Belo
E de Vicente Granjeiro
Famosa nas duas coisas
Marechais e violeiro.

Jorge Macedo(CE) disse:

Há quem traia por aí
Quando está se divertindo
Depois o forte remorso
Que ele fica sentindo
É maior que o prazer
De quando estava traindo.

Zé Fernandes(CE) disse:

A seca seca primeiro
Os depósitos cristalinos
Depois seca as esperanças
De milhões de peregrinos
Mas bota enchente de lágrimas
Nos olhos dos Nordestinos.

Miro Pereira(RN) disse:

O meu pai não tem estudo
Mamãe é analfabeta
Eu pouco fui à escola
Somente Deus me completa
Com esse sublime dom
De repentista e poeta.

Zé Gomes(RN) disse:

Nossa cantoria é feita
Para Neilson Galdino
Que cada verso cantado
Seja um milagre divino
Pra controlar as pancadas
Do coração do menino

Arnaldo Pessoa(PE) disse:

As flores do Pajeú
Eram os improvisadores
Muitos desapareceram
Mas deixaram sucessores
Eu sou o fruto mais novo
Da árvore dos cantadores.

Roberto Queiroz(PE) disse:

Admiro o Zé Ferreira
Um cantador estupendo
Se a roupa se suja, lava
Se rasga, bota remendo
Gasta menos do que ganha
Que é pra não ficar devendo.

Fenelon Dantas(PB) disse:

O rádio é para se ouvir
E todo mundo entender
O telefone é melhor
Para a gente ouvir sem ver
No telefone eu namoro
Sem minha mulher saber.

Raimundo Caetano(PB) disse:

Não gosto de ver nas ruas
Que os homens não são coesos
Que os marajás são felizes
Que os pobres são indefesos
Que os criminosos são soltos
Que os inocentes são presos.

João Abel(PB) disse:

A patativa de gola
Nos campos da providência
Uma pequena figura
Uma larga inteligência
Canta com tanta certeza
Sem precisar de ciência.

Cicero Mariano(PB) disse:

A estrela da arte se ascende
Pouca gente ao poeta dá valor
Quando morre um poeta cantador
A viola ficando a mulher vende
A família covarde não entende
Que viola sem ter obrigação
Muitas noites passou humilhação
Pra ganhar o seu pão de cada dia
Se a viola falasse pediria
Cobertura pra nossa profissão.

Maximino Bezerra(PE) disse:

Descobri comigo mesmo
Que a tristeza vem da dor
Carinho vem da ternura
A paixão vem do amor
A verdade vem de Cristo
E os versos, do cantador.

Zé Galdino(PE) disse:

Infância foi ilusão
Por quem por ela passou
A velhice é um museu
Que o tempo fabricou
Pra guardar as fantasias
Que a juventude deixou.

Sílvio Granjeiro(CE) disse:

Meu pai está com 80
Mamãe com 76
Eu estou pedindo a Deus
Que mate os dois de uma vez
E eu morra no mesmo dia
Pra o povo enterrar nós três.

Antônio Alves(CE) disse:

Se ela pudesse falar
Talvez que dissesse assim
Pra ladrão e assassino
Que só fazem o que é ruim
Tem sempre lugar no Mundo
Por que não tem para mim.

Gilberto Alves(AL) disse:

Nós não devemos querer
Orgulho nem vaidade
Porque bens materiais
Não trazem felicidade
Quem mais goza aqui na Terra
Sofre na eternidade.

Zenilde Batista(AL) disse:

A vinda da vida é linda
Quem nasce vem sem saber
E a morte é ida sem vinda
Que a vida vai sem querer.

Sebastião Dias(RN) disse:

Já nas avenidas belas
Cada edifício é um nome
Num bonito apartamento
Um burguês que tudo come
Ocupa os vãos que um pedreiro
Construiu passando fome.

Zé Cardoso(RN) disse:

Sem amor surge o ódio e nasce a guerra
Entre dores, lamurias e muitos gritos
Os soldados morrendo nos conflitos
Deixam manchas de sangue em nossa Terra
Vive o homem pensando que não erra
Muito embora errado sem saber
Faz chacina no mundo e não quer ver
Que Jesus é o seu superior
Sem saber que lutando com amor
Nem precisa de guerra pra vencer.

Chico Sobrinho(PB) disse:

Nordestino é um grande aventureiro
Quando chega na terra da geada
Não vai mais um forró numa latada
Não escuta a pancada do pandeiro
Toma banho debaixo de um chuveiro
Bem distante de um rio cristalino
Quando escapa das mãos de um assassino
É sujeito morrer num acidente
É o Sul, que escraviza o inocente
A maior ilusão do Nordestino.

Severino Pereira(PB) disse:

Saudade é como ferida
Que depois que dói inflama
O seu correio não tem
Recado nem telegrama
Nem mesmo a pessoa atende
Quando o mensageiro chama.

Lázaro Pessoa(PE) disse:

O João-de-Barro acha jeito
Pra seu serviço madruga
Faz uma casa e só entra
Depois que a parde enxuga
Enquanto mora não vende
Depois que sai não aluga.

Luciano Leonel(PE) disse:

Viola que me ensinou
A consertar coisas tortas
Ressuscitando esperanças
Que achei que estivessem mortas
Viola pra mim tem sido
A chave de muitas portas.

Genaldo Pereira(CE) disse:

A pixilinga tem sido
Um dos insetos mais graves
Que suja sem aparelhos
Voa sem aeronaves
E vive através do sengue
Que tem na vida das aves.

Paulo Pereira(CE) disse:

A formiga é um inseto
Que muito mal se comporta
Sem permissão do colono
Faz a invasão da horta
Mas perde 80 por cento
Das folhas verdes que corta.

Vem-Vem(SE) disse:

Você hoje se orgulha da riqueza
Tem dinheiro no banco e se exalta
Vive muito feliz por que não falta
A sagrada comida em sua mesa
Mas não zombe da casa da pobreza
Que o pobre, apesar de tudo é gente
Jesus Cristo em tudo está presente
Pra julgar qualquer um com sua luz
Pois que zomba das coisas de Jesus
Será pobre de espírito eternamente

Valdir Teles(PE) disse:

Mãe tirana e vaidosa
E o pai que não auxilia
Na hora da geração
Se gera com alegria
É pai na hora que gera
Depois esquece e não cria.

Chico Porfírio(CE) disse:

Eu acho bonita a ave
Ou muito grande ou pequena
Tanta beleza na pena
Uma voz branda e suave
O vagalume, uma nave
Da mais consagrada empresa
Voa com lanterna acesa
Nunca queimou um foguito
Vejo tudo de bonito
Nos filmes da natureza.

Jonas Andrade(PB) disse:

Corri atrás da galinha
Chega o mocotó inchava
Sentia tanta vontade
De comer ela com fava
Quando eu perdi a carreira
A boca chega amargava.

Biu Dionísio(PE) disse:

Meu sonho de alpinismo
No precipício caiu
Quando eu caí todos viram
Quando escalei ninguém viu
Os monstro feitos de mármore
Que a mão de Deus esculpiu.

Raimundo Borges(PE) disse:

No varal do infinito
Uma nuvem pendurada
Parece com uma roupa
Bem confeccionada
Deus coseu com maestria
Pra o corpo da madrugada

João Lourenço(PB) disse:

Eu já passei tanta coisa
Que na vida nem pensava
Pra minha felicidade
A mulher que eu procurava
Deus teve pena de mim
Mostrou aonde ela estava

Sinésio Pereira(PE) disse:

Eu já fui assim também
Quem pensa bem faz assim
Só mudei por que o mundo
Me obrigou a ser ruim
Hoje eu engano a quem devo
E cobro a quem deve a mim.

Daniel Olímpio(PE) disse:

A curva de Tamborelo
Ceifou uma vida doce
Senna queria ser tetra
Mas Deus não quis que ele fosse
A Fórmula Um continua
Porém, pra mim, acabou-se

Edezel Pereira(PB) disse:

Você só gosta de João
O que foi que João lhe deu
A mãe de João é a minha
O pai de João é o meu
Por que é que você acha
João melhor do que eu.

Adalberto Carvalho(PI) disse:

Joaquim, o seu trinta e oito
Eu vou encher de repente
Vinte e dois não vale nada
Que a bala não mata gente
Trita e dois a bala é fria
Trinta e oito a bala é quente.

José Ribamar(RN) disse:

Quem não crê que Deus existe
Existe sem merecer
Sem Deus não tem condição
Ninguém consegue viver
Ou pelo menos ser digno
De ser chamado de ser.

Louro Branco(CE) disse:

Eu podendo riscaria
Os trabalhos de Macedo
Cassava Paulo Maluf
Exilava Figueiredo
Expulsava Zé Sarney
Ressuscitava Tancredo

Ismael Pereira(CE) disse:

O mínimo precisaria
Aumentar uns cem por cento
Quem recebe no salário
Quinze reais de aumento
É mesmo que receber
Nota de falecimento

Heleno Severino(PE) disse:

Pinto Velho do Monteiro
Está cansado e sem dom
Garganta faltando voz
Viola faltando som
Nem toca, nem canta mais
Nem morre, nem fica bom

Jomaci Dantas(PB) disse:

O homem faz uma flor
Com a sua inteligência
Porém não é como a flor
Do Jardim da Providência
Porque não bota três coisas:
Pétala, Beleza e essência.

Francisco Raulino(RN) disse:

Por entre fracos e fortes
Eu vou enfrentado a lida
Se eu me perder por acaso
Pelas estradas da vida
Volto seguindo as pegadas
Que deixei soltas na ida.

Oliveira de Panelas(PE) disse:

Por este espaço onde moro
Meu sonho é tão colorido
Que eu tenho a doida impressão
Que ele foi construído
Por várias tintas confusas
De um arco-íris mexido.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Fiz um túnel na cela da saudade, Pra tentar escapar da solidão.

Recebi a sentença ainda moço
Pela lei mais severa de Cupido
Mesmo sem o histórico de bandido
Vivo preso neste feio calabouço
Bem na frente da cela existe um fosso
Onde uma valente guarnição
Se reveza em escala de plantão.
Nem o sol pode entrar em minha grade!
Fiz um túnel na cela da saudade
Pra tentar escapar da solidão.

Recorri, mas perdi nos tribunais.
Já não tenho esperanças como antes:
Dez motivos tenho como os agravantes
E nem cinco atenuantes tenho mais.
Com os poucos contatos pessoais
Consegui um pedaço de formão,
Toda noite, em silêncio, cavo o chão,
Falta um metro para a minha liberdade!
Fiz um túnel na cela da saudade
Pra tentar escapar da solidão.

Mote: do poeta Lima Júnior
Glosas: Wellington Vicente
Porto Velho, 13 de agosto de 2010.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ser Perceptível

Na floresta profunda dos sentidos
Lindas flores perfumam a existência
Que são versos surgindo com fluência
Enfeitando-me com tons coloridos.
Sentimentos exalam estampidos
Que são sons no jardim do coração
De poemas floridos de canção
Numa música feita de poesia
Elevando meu Ser na melodia
Que orquestra minh’alma de emoção.

No botão de uma flor bem pequenina
Guardo o verso mais puro e delicado
Pra brotar no jardim do meu roçado
Com os beijos da fonte cristalina.
Os orvalhos que escorrem da bonina
São serenos cristais do sentimento
Cintilando de verso calmo e lento
Sobre as pétalas plácidas do peito
Onde os tons do sentir é um enfeito
Colorindo o sensível pensamento.

Cada flor de poema mostra a luz
Que clareia meu corpo por inteiro
Despertando o sentir alvissareiro
Como a dócil palavra de Jesus.
O meu peito sensível me traduz
Em orquídeas de versos campesinos
Eu me embalo no sonho dos meninos
E me deito na flor do sentimento
Envolvido de paz cada momento
Como o som dos riachos cristalinos

As palavras tratadas com carinho
Se transformam em bálsamo suave
Que perfuma tão leve como a ave
Quando faz com as penas o seu ninho.
O meu verso constrói lindo caminho
Entre as flores no campo do sensível
Expressando de forma bem visível
Um jardim de poemas ocultados
E que foram de leve desvendados
Revelando o meu Ser perceptível.

Gilmar Leite

BODEGA CULTURAL

Dirigi na contramão
Em alta velocidade;
Cruzei o farol vermelho
Da minha felicidade
E o guarda, a me perseguir,
Multou-me por conduzir
O veículo da saudade.

Felipe Júnior

Toda ponta de estaca tem direito, A um rosario de flor de getirana

Uma semente redonda e pequenina
Que parece não ter força nenhuma
Pra germinar, de chuva só basta uma
Que seu broto na terra já se alinha
Entre a casca de estaca ela se enfinha
E pra crescer não precisa de fama
Basta cada braço em cada rama
Lá ponta cada flor num circulo perfeito
Toda ponta de estaca tem direito
A um rosario de flor de Getirana

Autor: Mario Almeida
Mote: Autor desconhecido

sábado, 24 de setembro de 2011

ESCOLA MUNICIPAL LUIS PAULINO DE SÃO JOSÉ DO EGITO REALIZA SARAU



NO DIA 7 DE OUTUBRO A ESCOLA MUNICIPAL LUIS PAULINO DE SIQUEIRA LOCALIZADA NO BAIRRO SÃO BORJA EM SÃO JOSÉ DO EGITO, REALIZA O PRIMEIRO PROJETO SARAU NA ESCOLA,O MOTE É: VIOLA, CORDEL E CANTORIA: BANDEIRAS DA CULTURA POPULAR. HAVERÁ APRESENTAÇÕES DE GRUPOS DE: TEATRO E DANÇA, GRUPO MUSICAL ACORDE E POESIA, GRUPO DE DANÇA ROSA DOS VENTOS E APRESENTAÇÃO DE POETAS POPULARES. ALÉM DE BEBIDAS E COMIDAS TÍPICAS DA REGIÃO. O INICIO DO SARAU ESTÁ PREVISTO PARA AS 19 HORAS. VENHAM TODOS PRESTIGIAR.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A MAIS BELA CRIATURA

NUM CAMPO VASTO E FLORIDO
DESTACA-SE UMA BELA FLOR
PLENA DE UMA BELEZA RARA
COM LINDA PÉTALA MULTICOR
MAS O QUE MEUS OLHOS VIRAM
FOI VOCÊ MEU GRANDE AMOR

ÉS A MAIS BELA CRIATURA
DE TODAS QUE JÁ CONHECI
NÃO TENHO NEM PALAVRAS
PRA EXPRESSAR O QUE SENTI
EU ENCONTREI A FELICIDADE
QUE A MUITO TEMPO PERDI

ÉS A ESTRERLA PRATEADA
DO CÉU DA MINHA PAIXÃO
SEM VOCÊ EU NÃO SOU NADA
SÓ EXISTE ESCURIDÃO
VOCÊ PRA MIM É TUDO
ÉS O SOL DO MEU MUNDO
A ESTRELA DO MEU CORAÇÃO

TEUS OLHOS BRILHAM MAIS
QUE A LUZ DE UM VAGA-LUME
PRA MIM VOCÊ É A CAUSA
PRIMEIRA DO CIÚME
DAS FLORES A MAIS FORMOSA
ENTRE TODAS, A MAIS CHEIROSA.
COM UM EXCLUSIVO PERFUME

CONHECER-TE FOI BOM
FOI REAL E NÃO INLUSÃO
DIGO-TE COM TODA FORÇA
E COM A VOZ DA RAZÃO
NÃO ME ESQUECE, EU TE PEÇO.
POR FAVOR, GUARDE ESTES VERSOS.
DENTRO DO SEU CORAÇÃO

Autor:(Lucimario Almeida)
Em especial para Alanaine de coração!TE AMO

À ALANAINE

VOCÊ MAIS PARECE COM UM ANJO
EM BELEZA REAL E TÃO SUBLIME
SEU ROSTO É TÃO BELO QUANTO A LUA
NÃO HÁ NADA MAIS LUZ QUE ILUMINE
NÃO HÁ NOME DE DEUSA MAIS LINDO
COMO O SEU QUE SE CHAMA ALANAINE

Autor: Lucimario Almeida
Especial para voce Lana!

LAMENTO DE UM JURITÍ

Certa tarde eu contemplava
O sol que se escondia
Quando um pássaro pousava
Numa jurema que havia
Era um pobre Jurití
Tão triste que percebi
Que ele queria fazer,
No seu canto uma denúncia
Cada nota, uma pronúncia
Bem fácil de se entender.

Na melodia tristonha
Que o Jurití trazia
Mostrava a cena medonha
De um ato de covardia
O juriti sofredor
Me disse assim: Cantador!!
Viver pra mim já não presta,
Vim lhe relatar um fato
Um cruel assassinato,
Que abalou a floresta

Nós passarinhos vivemos
Sempre de arribação
Muitos horrores sofremos
Na chegada do verão
Somos vítmas das queimadas,
Das arapucas armadas,
Do disparo do gatilho ,
O medo nos apavora
Nossa fauna e nossa flora
Não tem mais o mesmo brilho.

O fogo queimando a rama
A mando dos fazendeiros
Os lagos virando lama
Nossas florestas, cinzeiros,
Os homens não nos dão tréguas
Voamos léguas e léguas
Procurando água e semente
Mas onde vamos pousando
Tem sempre alguém esperando
Querendo atirar na gente.

Na chegada do inverno
O campo se ornamenta
Mas aí vira um inferno
Porque a caçada aumenta
Se a gente pousa num galho
Bebe uma gota de orvalho
Não se pode demorar!!
Nosso sossego e incerto
Tem sempre um caçador perto
Pronto para nos matar.

Hoje pro meu desengano
Ou por meu cruel destino
Parei na frente do cano
Da arma de um assassino.
Quando o dia clareou
Meu filho me convidou
Pra ir beber no riacho
Um lugar que tem bom clima
Flores e frutos por cima
E água fresca por baixo.

Lá outras aves felizes
Sempre bebem de manhã
Sabiás nhambu, perdizes
Canário, guriatã,
Eu não tinha percebido
Que tinha alguém escondido
Numa moita de capim
Para aumentar minha mágoa
Antes que eu bebesse a água
O homem atirou em mim.

O dia ficando claro
De repente escureceu
Eu só ouvi o disparo
A fumaça me envolveu,
O chumbo passou raspando
Vi muitas penas voando
Entre aquele desconforto
Tentei deixa o riacho
Sem querer olhei pra baixo
Avistei meu filho morto.

Fiquei desorientado
Em meio aquele estampido
Voava pra todo lado
Vendo meu filho ferido
Ainda estava respirando
Mas vi o Homem chegando
Com espingarda de mola
Pegou meu filho de mão
Bateu com força no chão,
E colou na sacola.

Os outros pássaros voaram
Em busca de outro rumo
Nas penas que me faltaram
Fui voar perdi o prumo
No tiro eu perdi as penas
Restaram algumas pequenas
As maiores eu perdi,
Com essa dor no meu peito
Sem puder voar direito
Tive que parar aqui.

Meu filho cantava lindo!
Ao amanhecer do dia,
Quando o sol vinha surgindo
Era a maior alegria
Cantava ao som da cascata
Sua voz rompia a mata,
Dando vida a natureza!!
Sem ele estou infeliz,
O mundo dos juritis
Prá mim perdeu a beleza.

Me responda cantador!!
Você já matou alguém?
Atire em mim por favor!
Eu quero morrer também..
Nessa hora eu percebi
Que o pobre juriti
Tentou cantar mas não deu!!
Entre dor e desespero
O pássaro cancioneiro
Abriu o bico e morreu.

Depois da cena que vi
Um sentimento me resta
Em nome do juriti
Vamos salvar a floresta!!
Vamos frear as caçadas,
Dá um basta nas queimadas,
Preservando: fauna e flora,
Porque no ritmo que vemos,
O planeta em que vivemos
Pra se acabar não demora.

Autores: Onildo Barbosa
e Clóris Andrade

Lições de Vanete Almeida

Dona Vanete Almeida
Mulher humilde e guerreira
Foi na década de oitenta
Na luta uma pioneira
Na coragem um desafio
Da conquista verdadeira
01
Sempre esteve preocupada
Com as questões sociais
Igualdade de gênero
Um dos seus ideais
A voz e vez da mulher
Nos movimentos rurais
02
Sempre se incomodava
Com algo que percebia
Quando nas reuniões
Quase sem autonomia
As mulheres pouco participavam
Das discussões que havia
03
Mas nunca se acomodou
Nem desistiu de lutar
Convocou a mulherada
Pra juntas se organizar
Pouco a pouco, uma a uma
Começaram a se juntar
04
Mas a segunda conquista
Considerada importante
A vez e voz das mulheres
Se torna menos distante
Perdem o medo de se expressar
Foi um fator ponderante
05
Mas não demorou perceber
Que a luta era semelhante
A de outras mulheres
Em outras fronteiras distantes
Assim criaram a rede LAC
Mais uma conquista importante
06
Essa rede LAC veio
Pra fomentar a organização
Das mulheres Latinas
E do Caribe ao Sertão
Onde tem mulheres pobres
Vanete estendeu a mão
07
Já viajou mundo a fora
Além de nossas fronteiras
Pra juntar a sua força
Com outras forças guerreiras
Já são mais de 20 mil
As novas vozes roceiras
08
Nicarágua, Costa Rica
Chile, México e Panamá
Honduras, Colômbia e Argentina
Equador também passou por lá
Esses são alguns paises
Que ela tem muito a “contá”
09
Muito simples e justa
Esse é o seu legado
Humilde e companheira
Como tem sempre mostrado
Por isso não vai faltar
Gente boa do seu lado
10
Foi destaque em um livro
Como guerreira da paz
E como uma das brasileiras
Que pela cultura fez mais
Fazer o que vanete fez
Nem presidente Dilma faz
11
São mais de trinta anos
De sua luta e história
Não descrevi dez por cento
Do que é sua memória
Mas seu povo se orgulha
Das suas lutas e glórias
12
Vanete eu aqui finalizo
Foi o que consegui dizer
Mas sei que tem muito mais
Pra contar sobre você
Guerreira é seu nome
E o sobrenome é vencer!
13

Autor: Lucimario Almeida
Serra Talhada, Pernambuco
23 de Agosto de 2011


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Manoel Lulu

Manoel Lulu entrando no celeiro viu uma rata com filhotes, deu uma pancada e matou um dos filhotes. A rata correu e se escondeu no mato.Pouco tempo depois,voltou pra buscar o filhote que estava esmagado no chão... Então o poeta vendo a cena fez:

Eu achei a morada d'uma rata
D'uma pancada que dei , ela correu...
Dos ratinhos que tinha um morreu
Ela foi ocultou-se pela mata
Disse eu: de matar ninguém empata
Quem lhe salve da morte aqui não tem
Mas lembrei-me que era pai também
Resolvi lhe deixar na Santa Paz
E jurei a meu Deus que nunca mais
Judiava com filho de ninguém

(Manoel Lulu)

SEM ELA

ME SINTO TÃO PERDIDO
COM TANTA GENTE POR PERTO
PERDIDO COMO UM GRÃO DE AREIA
EM MEIO AO GRANDE DESERTO
ME SINTO SOB UMA TEMPESTADE
SEM ABRIGO E SEM UM TETO

ME SINTO COMO UM POETA
QUE NÃO PODE MAIS CANTAR
ME SINTO COMO UM PASSARO
SEM LIBERDADE PRA VOAR
COM O CORAÇÃO EM MIL PEDAÇOS
QUE NÃO TEM MAIS COMO EMENDAR

ME SINTO COM O PEITO APERTADO
E O CORAÇÃO TÃO PEQUENINO
E TRISTE COMO UM SABIÁ
QUE LHE ROUBARAM DO NINHO
ONDE SUA SENTENÇA É A SOLIDÃO
E O RESTO DOS SEUS DIAS SOZINHO

EU ME SINTO TÃO PERDIDO
E NÃO SEI COMO ME ACHAR
É COMO SE UMA GOTA DE ÁGUA
SE PERDESSE NO IMENSO MAR
QUE EU PROCURO E NÃO ENCONTRO
CHANÇES REAIS DE ME ENCONTRAR

ESTOU VIVENDO A DERIVA
COMO UM BARCO EM AUTO MAR
QUE SEM O SEU VELEJADOR
VAI PRA ONDE O VENTO LEVAR
E QUE AS UNICAS ESPERANÇAS
SÃO AS ONDAS LHE AFOGAR

SEI QUE NÃO É TUDO ISSO
MAS É DE TUDO ISSO UM POUCO
A SENSAÇÃO QUE ESTOU SENTINDO
É DE DEIXAR UM SUJEITO LOUCO
POIS AMAR SEM SER AMADO
DEIXA QUALQUER UM NO SUFOCO

Autor: Mario Almeida

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A ROSA MARIA

SANTA ÉS ATÉ NO NOME
QUE TRÁS NA FACE A MAGIA
DO SUAVE PERFUME DA ROSA
QUE EMBRIAGA E INEBRIA
SE JUNTAR A ROSA E A SANTA
SERÁ SEMPRE ROSA MARIA

SEU NOME ROSA MARIA
UM NOME BEM EMPREGADO
SUA MÃE AO LHE DAR ESTE NOME
DEVE TER SE INSPIRADO
EM MARIA MÃE DE JESUS
E QUE POR DEUS FOI APROVADO

DESCREVI EM SIMPLES VERSOS
A SUA IMAGEM COMO EU VEJO
QUE SEJA SEMPRE COMO ÉS
É O MINIMO QUE EU DESEJO
DEIXO UM MONTE DE ABRAÇOS
JUNTO COM MONTE BEIJOS

À Rosa Maria
Autor: Lucimario Almeida

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Poeta E A Lua

Vinícios de Moraes

O QUE AS ARVORES NOS DÃO

O QUE AS ARVORES NOS DÃO
É TÃO FÁCIO PERCEBER
VEM A PROTECÃO DO SOLO
PRA QUANDO FORTE CHOVER
NÃO LEVAR A SUPERFÍCIE
E A EROSÃO NÃO OCORRER

SÃO COMO AR-CONDICIONADOS
ESFRIANDO A REGIÃO
E A AGUA TRANSPIRADA
TRANSFORMA-SE EM CONDENSACÃO
PROVOCANDO TROVOADAS
NA TERRA A IRRIGACÃO

SÃO ELAS AS PROPUSSORAS
DA NOSSA ALIMENTACÃO
ALÉM DE PRODUTORAS
DE LENHA PARA O CARVÃO
DE ESTACAS PARA AS CERCAS
E ALIMENTO PRA CRIACÃO

DÃO ELAS TAMBEM SEMENTES
COMO PROVIDÊNCIACÃO
DA CONTINUIDADE DAS ESPÉCIES
E A SUA PERPETUACÃO
CABE A GENTE RESPEITAR
ESSA SUA CONDICÃO


Autor: Lucimário Almeida- Ingazeira-PE, 25 de Maio de 2011

VERSOS – PRESERVAÇÃO DO NOSSO MEIO AMBIENTE

DESAFIO LUCIMARIO ALMEIDA E JUCIÊ JOEGE
JUSSIÊ DISSE:

FALANDO EM DESMATAMENTO
EU JÁ DEIXO O MEU RECADO
QUANDO APENAS UM JUMENTO
SE CRIAR NO SEU ROÇADO
É SINAL QUE O SEU SOLO
JÁ ESTÁ BEM DEGRADADO

LUCIMARIO DISSE:

E COM O SOLO DEGRADADO
JAMAIS HÁ DE PRODUZIR
MESMO QUE UMA BOA SEMENTE
SEJA SEMEADA ALÍ
ELA NÃO VAI PROSPERAR
CRESCER NÃO VAI CONSEGUIR

JUSSIÊ DISSE:

SE ELA CRESCER, CONSEGUIR
O REFLEXO VEM DEPOIS
OS BODES VÃO FICAR FRACO
TAMBEM AS JUNTAS DE BOIS
OS SITEMAS SÃO INTEGRADOS
TEM QUE TRABALHAR OS DOIS

LUCIMARIO DISSE:

É BOM NÃO DEIXAR PRA DEPOIS
ESSA NOSSA PREOCULPAÇÃO
CIUDAR BEM DOS NOSSOS SOLOS
TRABALHAR A CONSERVAÇÃO
PRA O SERTÃO NÃO DESABAR
E DEIXAR DESERTIFICAÇÃO

JUSSIÊ DISSE:

JÁ TEM INICIATIVAS
SENDO FEITAS NO MOMENTO
ESTÃO TENTANDO MUDAR
ESTE ACONTECIMENTO
MAS OUTRO QUE ESTÁ PRESENTE
É O TAL AQUECIMENTO

LUCIMARIO DISSE:

ESSE TAL AQUECIMENTO
TEM MUITO HAVER COM A GENTE
AUMENTA A TEMPERATURA
NO NOSSO MEIO AMBIENTE
SE NÃO AUMENTAR A VEGETAÇÃO
VAI QUEIMAR TODO VIVENTE

JUSSIÊ DISSE:

FALANDO EM AQUECIMENTO
TEM OUTRA ALTERNATIVA
É COMEÇAR PRESERVANDO
A NOSSA MATA NATIVA
E FAZER DE TUDO UM POUCO
PRA MANTER A TERRA VIVA

LUCIMARIO DISSE:

E DIANTE DO RELATO
FALO COM DISCERNIMENTO
SE DA NOSSA CAATINGA
JÁ SE FOI 70 POR CENTO
VAMOS REVERTER O QUADRO
PRA DEPOIS NÃO TER LAMENTO

O RETRATO DO SERTÃO

Patativa do Assaré

Se o poeta marinheiro
Canta as belezas do mar,
Como poeta roceiro
Quero o meu sertão cantar
Com respeito e com carinho.
Meu abrigo, meu cantinho,
Onde viveram meus pais.
O mais puro amor dedico
Ao meu sertão caro e rico
De belezas naturais.

Meu sertão das vaquejadas,
Das festas de apartação,
Das alegres luaradas,
Das debulhas de feijão,
Das Danças de São Gonçalo,
Das corridas de cavalo
Das caçadas de tatu,
Onde o caboclo desperta
Conhecendo a hora certa
Pelo canto do nambu.

É diferente da praça
A vida no meu sertão;
Tem graça, tem muita graça
Uma Noite de São João.
No clarão de uma fogueira,
Tudo dança a noite inteira
No mais alegre pagode,
E um cacoclo bronzeado
Num tamborete sentado
Tocando no pé de bode.

Os que não querem dançar
Divertem com adivinha,
Outros brincam a soltar
Foguete traque e chuvinha.
A mulher quer ser comadre
E o homem quer ser compadre,
Um ao outro dando a mão.
Assim, o festejo cresce
E o sertão todo estremeçe
Dando viva a São joão.

Se por capricho da sorte,
Eu sertanejo nasci,
Até chegar minha sorte
Eu hei de viver aqui,
Sempre humilde e paciente
Vendo, do meu sol ardente
E da lua prateada,
Os belos encantos seus
E escutando a voz de Deus
No canto da passarada.

Aqui, do mundo afastado,
Acostumei-me a viver,
Já nasci predestinado,
Sabendo amar e sofrer.
Neste meu sertão bravio,
Nas belas tardes de estio,
Da chapada ao tabuleiro,
Eu louvo, adoro e bendigo
O ladrar do cão amigo
E o aboiar do vaqueiro.

Se a clara noite aparece,
Temos a mesma beleza.
Tudo é riso, paz e prece,
E a festa da natureza
Seu compasso continua.
A noturna mãe-de-lua
Solta o seu canto agoureiro,
Sua funérea risada,
Vendo a filha imaculada
Brilhando o sertão inteiro.

Que prazer! que grande gozo,
Que bela e doce emoção,
Ouvir o canto saudoso
Do galo do meu sertão,
Na risonha madrugada
De uma noite enluarada!
A gente sente um desejo,
Um desejo de rezar
E nesta prece jurar
Que Jesus foi Sertanejo.

Meu sertão, meu doce ninho,
De tanta beleza rude,
Eu conheço o teu carinho,
Teu amor tua virtude.
Eu choro triste, com pena,
Ao ver a tua morena
Sem letra e sem instrução,
Boa, meiga, alegre e terna
Torcendo um fuso na perna,
Fiando o branco algodão.


Cantei sempre e hei de cantar,
O que o meu coração sente,
Para mais compartilhar
Do sofrer de minha gente.
Com as rimas do meu canto
Quero enxugar o meu pranto,
Vivendo só na saudade
Com esta gente querida,
Modesta e destituída
De orgulho, inveja e vaidade.

Esta gente boa e forte
Para enfrentar conseqüência,
Que zomba da própria sorte
Com sobrada paciência,
Que trabalha e não se cansa,
Porque a sua esperança
É sempre a safra vindoura;
O sonho do sertanejo,
Seu castelo e seu desejo
É sempre o inverno e a lavoura.

Desta gente eu vivo perto,
Sou sertanejo da gema
O sertão é o livro aberto
Onde lemos o poema
Da mais rica inspiração
Vivo dentro do sertão
E o sertão dentro de mim,
Adoro as suas belezas
Que valem mais que as riquezas
dos reinados de aladim.

Porém, se ele é um portento
De riso, graça e primor,
Tem também seu sofrimento,
Sua mágoa e sua dor.
Esta gleba hospitaleira,
Onde a fada feiticeira
Depositou seu condão,
É também um grande abismo
Do triste analfabetismo,
Por falta de proteção.

Sou sertanejo e me orgulho
Por conhecer o sertão
Durmo na rede e me embrulho
Com um lençol de algodão.
De alpercata de rabicho
Penetro no carrapicho,
Sofrendo a vida penosa
Do trabalho do roçado
E por isso sou chamado
Poeta de mão calosa.

Da mais cruel desventura
Conheço o amargo sabor,
Pois vivo da agricultura,
Sou poeta agricultor.
Eu sei com toda certeza
Como é que vive a pobreza
Do sertão do Ceará,
A sua manutenção
É o almoço de feijão
E a janta de mugunzá.

Sou sertanejo e conheço
Meu sertão de carne e osso,
Trabalho muito e padeço
Com a canga no pescoço,
E trago no pensamento
Meu irmão do sofrimento
Que, no duro padeçer,
Levando o peso da cruz,
É quem trabalha e produz
Para a cidade comer.

Eu não ignoro nada
Deste sertão sofredor
Que puxa o cabo da enxada
Sem arado e sem trator.
Pobre sertão esquecido
Que ja está desiludido
E não acredita mais
Nas promessas e nos tratos
E juras de candidatos
Nas festas eleitorais.

Meu sertão da sariema,
Sertão queimado do sol,
que não conhece cinema,
Teatro, nem futebol,
Sertão de doença e fome
Onde o pobre asssina o nome
Com uma pena na mão,
Para, enganado e inocente
Dar um voto inconsciente
Quando é tempo de eleição.

Este sertão que persiste
Soltando os mesmos gemidos
É qual purgatório triste
Das almas dos desvalidos.
Ele não tem providência
De remédio ou de assistência
Pra sua gente roceira,
Dentro do mais pobre quarto
A mulher morre de parto
Nos braços da cachimbeira.

Do livro " CANTE LÁ
QUE EU
CANTO CÁ"
Filosofia de um trovados nordestino
13º Edição - Editora Vozes

APRENDI SELECIONAR MEUS DIAMANTES, PEDAÇOS DE VIDROS NÃO ME ENGANAM MAIS

A AMIZADE EU FAÇO ONDE CHEGAR
POIS SEM AMIZADE A VIDA NÃO TEM VALOR
POR MEUS AMIGOS EU FAÇO O QUE FOR
QUE SE DE MIM UM AMIGO PRECISAR
EU FAÇO DE TUDO PARA LHE AJUDAR
SEJA PRA OUVIR OU DAR CONCELHO TANTO FAZ
POR QUE ABANDONAR UM AMIGO ISSO NÃO FAZ
MESMO QUE POR APENAS UM INSTANTE
APRENDI SELECIONAR MEUS DIAMANTES
PEDAÇOS DE VIDROS NÃO ME ENGANAM MAIS

APRENDI MEUS BONS AMIGOS ESCOLHER
E DE BONS AMIGOS ESTOU BEM RODEADO
SEI QUE TEM UM BOM AMIGO DE CADA LADO
E MUITAS AMIZADES AINDA QUERO FAZER
POIS SE UM DIA MEUS AMIGOS PERDER
SE APAGARAM AS ESTRELAS CELESTIAIS
E MEU MUNDO PERDERÁ TODA A PAZ
COM TUDO NADA SERÁ COMO ANTES
APRENDI SELECIONAR MEUS DIAMANTES
PEDAÇOS DE VIDROS NÃO ME ENGANAM MAIS

Lucimario Almeida

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O POETA E A LUA

MUSICA NOVA DE FERNANDO E VOZES DO CAMPO

ME DEIXA ASSIM...
COMO UM POETA
TENTANDO TOCAR A LUA
COMO UM DESENHO
TATUADO À PELE TUA
COMO UM PERDIDO
QUE ENCONTRA A DIREÇÃO

ME DEIXE NÃO...
A MINHA VIDA SEM VOCÊ
CORRE PERIGO
NÃO TEM CALOR
NÃO TEM SABOR
NÃO TEM SENTIDO
MEU CORPO É FOGO
QUE ACENDE ESSA PAIXÃO

ME DEIXE NÃO...
POIS SEM VOCÊ
EU SOU UM RIO
QUE SE FOI PRO OCEANO
E SE QUISER SABER
O QUANTO QUE TE AMO
É SÓ BATER NA PORTA DO MEU CORAÇÃO

terça-feira, 5 de julho de 2011

Estou...Não sei...Talvés

Estou, apaixonado, louco por voce
Não sei, mas o que eu vou fazer
Desse meu pobre coração
Estou, perdido e inconsiente
Não sei, se tudo vei ser diferente
Pois só me restou a solidão

Talvés, um dia possa lhe enteder
Que o motivo de voce não me querer
Esteja entre a emoção e razão
talvés assim, meu peito possa se desafogar
E uma lágrima no rosto a rolar
Me transforme em uma ilusão...

Autor: lucimario Almeida

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sou um vaqueiro apaixonado

Sou um vaqueiro apaixonado
Por alguém que não me quer
Meu coração dilaçerado
Ainda sofre por essa mulher
Essa vida tão infeliz
Foi o que eu nunca quiz
Mas seja o Que Deus quizer

Lucimario Almeida

terça-feira, 28 de junho de 2011

Conversando com meu pai

Na quietude d'aquela noite densa,
reclamei numa saudade a presença
do meu Pai, que há muito já morreu!...
Sorumbático e só, fiquei na sala,
sem ouvir de ninguém uma só fala:
todos dormiam entregues a Morfeu.

Continuei sozinho da vigília,
contemplando a placidez da mobília,
num silêncio quase que perfeito;
quebrando apenas com o gemer da rede,
as pancadas do relógio na parede
e o pulsar do coração dentro do peito.

De repente, coberta com um véu,
uma nuvem nascia lá do céu,
na sala onde eu estava, caí...
era algo de espanto realmente
dissipa-se a nuvem lentamente
e vai surgindo a imagem do meu pai.

Boa noite, meu filho! E se assusta?
Tenha mais um pouco de calma, porque custa
novamente voltar por este trilho:
Eu rompi os umbrais da eternidade
para, em braços de amor e de saudade,
conversar com você, filho querido!...

Tenho assistido todos os seus passos,
suas lutas, vitórias e fracassos,
em ânsias que não posso mais contê-las:
eu lhe assisto, meu filho, todo dia,
em suas vitórias choro de alegria
e as lágrimas transformam-se em estrelas.

Tenho visto também seus sofrimentos
suas angústias, dores e tormentos
e esperanças que foram já frustradas;
tenho visto, meu filho, da eternidade,
o desencanto de sua mocidade
e o pranto de suas madrugadas.

Compreendo, também, sua tristeza
ante a ânsia que traz na alma presa
de adejar cortando monte e serra;
sua ânsia de voar, cantando notas,
misturar seu vôo ao das gaivotas,
que beijam os céus sem deixar a terra.

Mas, ao lado dos atos de grandeza,
você me causa, filho, também tristeza,
em desgosto minh'alma já flutua:
Ontem, porque não estava pronta a ceia,
prá sua mãe você fez cara feia,
bateu a porta e foi jantar na rua.

Você não soube, meu filho, e no entanto,
ela caiu prostrada em um pranto
soluçando seu íntimo desgosto.
Nunca mais, meu filho, isto faça,
pois para o filho não há maior desgraça
que em sua mãe deixar rugas no rosto.

Nunca mais a ofenda, nem de leve!...
O seu amor a ele aos céus eleve
e escute sempre, sempre o que ela diz.
Peça a Deus para durar sua existência
e, se assim fizer de consciência,
você, na vida, tem que ser feliz.

Conduza-se na vida com altivez,
fazendo da probidade, da honradez,
para você o seu forte brasão;
aprofunde-se, meu filho, no estudo,
fazendo da justiça o seu escudo,
amando o povo como ao seu irmão.

Continue no trabalho a que se entrega
sem temer obstáculo nem refrega,
pois com a vitória sempre você vai,
e se assim fizer, querido filho,
sua vida há de ser toda de brilho,
e honrará o nome de seu pai.

E nisso a nuvem comoventemente,
aos poucos se junta novamente,
envolvendo meu pai num denso véu;
e num olhar meigo e bem sereno,
dirige para mim um triste aceno
e vai de novo subindo para o céu!

E eu fiquei chorando de saudade,
alimentando aquela ansiedade,
sem poder abrandá-la. Que castigo!
Por isso nunca mais dormi. Vivo na ânsia,
esperando que meu Pai rompa a distância,
prá vir de novo conversar comigo.

Você pode pedir pra eu me afastar,só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

NC
Você pode habitar em outro ninho
e visitar ambientes que eu não vou
trabalhar, viajar, assistir show
sem que eu seja uma sombra em seu caminho
se negar a aceitar o meu carinho
não sentir mais saudade de viver
só não pode, é no íntimo do meu ser
passar uma borracha e lhe apagar
Você pode pedir pra eu me afastar,
só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

RN
Só restaram no amor que foi desfeito
os melhores momentos dessa história
as lembranças no vídeo da memória
e as promessas no cofre do meu peito
aceitar que perdi eu não aceito
mas estou consciente de não ter
nunca mais o direito de poder
pelo menos na boca lhe beijar.
Você pode pedir pra eu me afastar,
só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

NC
Você tem o direito de exigir
que eu me afaste de vez da sua vida
que não tem mais a falta da dormida
que não tem mais lembrança de sair
mas você nem ninguém pode impedir
que eu escute isso tudo sem sofrer
e se tiver gargalhando pode crer
que por dentro eu não paro de chorar.
Você pode pedir pra eu me afastar,
só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

RN
Porque sua beleza não é pouca
não existe uma réplica no seu clone
e sua voz de CD. no telefone
inda deixa minha alma quase louca
outro homem beijar a sua boca
e num abraço apertado lhe prender
se eu chegar a ver isso e não morrer
pelo menos em coma eu vou ficar
Você pode pedir pra eu me afastar,
só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

NC
Por mais vezes que eu lute, force ou tente
e me recuse escutar certos boatos
é inútil eu rasgar os seus retratos
se você está inteira em minha mente
já liguei pro trabalho, estava ausente
e onde estava, negaram a me dizer
tu de casa não quer mais me entender
mas estou rastreando o celular.
Você pode pedir pra eu me afastar,
só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

RN
Fiz diversas consultas no INCOR
pra saber o que eu tinha de verdade
o eletro acusou que era saudade
se você não voltar fica pior
vou mandar escrever num outdoor
uma declaração pra você ler
tenho tanta paixão que pra caber
só se o meu coração virasse um mar.
Você pode pedir pra eu me afastar,
só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

NC
Cegamente adorá-la foi meu crime
nem por isso eu estou arrependido
você pode dizer que tem marido
que tem filho e não quer que eu me aproxime
não existe outra pele mais sublime
outro cheiro melhor não pode haver
seu amor não é coisa de comer
mas eu fico sem fome se provar.
Você pode pedir pra eu me afastar,
só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

RN
Inda tenho comigo o seu cartão
telefone, endereço, carta e foto
lhe dei todo meu tempo e hoje noto
que não tenho um minuto de atenção
mergulhado no caos da solidão
sem nenhuma notícia receber
prometi pra mim mesmo não querer
nunca mais por ninguém me apaixonar
Você pode pedir pra eu me afastar,
só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

NC
Pela sua vontade esse episódio
não merece atenção nem comentário
quer que eu rasgue os segredos no diário
no lugar do amor semeio o ódio
pra ver outro apossar-se do meu pódio
eu desci sem vontade de descer
e vou guardar de hoje em diante sem poder
esse amor com vontade de gritar.
Você pode pedir pra eu me afastar,
só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

RN
Sua mãe aceitou o caso aberto
e o seu pai companheiro não foi êmulo
se escutar sua voz eu fico trêmulo
e imagino você chegando perto
tudo o quanto eu fiz foi pra dar certo
fiz a minha promessa pra valer
é um tempo perdido prometer
quando o outro não quer acreditar.
Você pode pedir pra eu me afastar,
só não pode obrigar-me a lhe esquecer.

Raimundo Nonato e Nonato Costa

UM CASAMENTO MATUTO EM CORDEL

Por arte das trevalia
Um dia eu tava quentão
Saí mei dirleriado
Andano pelo sertão
Atrai de dançar um xote
Findei foi enchendo o pote
Lá no bar de Zé Rumão.

Dispois q’ueu tava melado
Muntei na minha jumenta
Catuquei nas anca dela
E fui no rumo da venta
A burra disimbestou
E a danada só Parou
Na porta da véia Benta.

Ainda in riba da burra
Sinti chero de panela
De bode, carne, canjica…,
De galinha cabidela…
Pensei q’ueu tava num sonho
Quand’eu vi um Santo Atonho
Pulas brecha da janela.

Foi antão q’ueu m’alembrei
Que naquela sexta fêra
Era o dia do casóro
De Zabé cum Zé Tonhera,
E que no meu vai e vem
Cheguei no Sítio Xerém.
Conheci pela portera.

Seu Zé Tenoro me viu
E mandou eu dermuntá…,
Puxou logo uma cadera
E dixe: -venha pra cá!
Cumê galinha torrada
Beber ceuveja gelada
Tumá cana e proseá!

Um cunvite cumaquele
Era tudo q’ueu quiria!
Era quinem se um pobe
Tirasse na loteria.
Galinha, bode e cachaça!
Inda mais tudo de graça!
-Pra mim foi meu grande dia.

Era noite de San’João,
De forró, milho e fuguêra
E o povo das redondeza
Abriro suas portera
E fôro tudo in jumento
Pra assistir o casamento
De Zabé cum Zé Tonhera.

Entonce o juiz de paz
Moço decente e honrado
Anunciou o casóro
E disse uns palavriado
Que era chei de doutorixe.
Mais ô meno o que ele dixe
Vou fazer um apurado:

“_Estamo aqui riunido
Pra mode fazer o casóro
Do fíi de Ontõe Conrado
C’a fia de Zé Tenóro
E pro ser gente de bem
Vai ser no Sitio Xerém
Invês de ser no cartóro.”

Virou-se pra Zé Tonhera
E foi preguntano a Zé:
-Quá sua naturalidade
Zé respondeu: -Cuma é?
Zé Tenoro se meteu,
E dixe: _Onde tu nasceu,
Cabeça de Batoré!

Zé dixe: Ara que pregunta,
Dessa assim ninguém merece.
Eu nasci na minha casa
Lá donde o riacho desce
Se tiver mais dessa mande
-Eu sou do Sítio Pau Grande,
Todo mundo me cunhece!

O Juiz de Paz virou-se
C’aquele jeito sereno,
Oiô nos zói de Zabé
Rabiscou e foi dizeno:
Donde a sinhora nasceu?
Aí Zabé respondeu:
-Lá no Buraco Pequeno.

O juiz se espremeu
E cumeçô a surrí
E dixe: _Diga de novo,
_Se adisponha a ripití.
Zefa dixe em tom ameno:
_Sítio Buraco Pequeno
É lá adonde eu nasci!

Zé Tenóro deu um grito:
_Deixe de pregunta e ande!
E o juiz dixe: Eu num caso
Nem que o dregolado mande,
Essa noiva ta dizeno
Que é do Buraco Pequeno,
Mas o noivo é do Pau Grande.

Desse jeito num dá certo
Escute bem meu apelo
Se o sujeito é do Pau Grande
Vai ser grande o pesadelo
Naquele bota num bota
Se ele botá descangota,
-Veja só que dermantelo!

Zabé cumeçô chorá
Melano a cara todinha…
O véi tirou a pexera,
Desembalou da bainha,
E gritou para o sujeito:
O sinhô tenha respeito
Que Zabé é fia minha.

Zabé foi limpar os zóio,
Sortô a mão de Tonhera.
Que aproveitou que Zabé
Estava inchugano as bera
Dos óio cas duas mão,
Se afastou da murtidão
E disparou na carrera.

Zé Tenoro nessinstante
Esqueceu-se do Juiz
E gritou: Fíi duma égua…,
Fio duma miritriz…,
Daqui você sai casado
Ou então vai ser capado
Pulo tronco da raiz.

E saiu a murtidão
Correno atrás de Tonhera
Uns cum pau, Ôtos cum peda
Ôtos cum faca pexera
Numa grande rumaria,
E Tonhera escapulia
Pro dento das quebradera.

Quano agarraro Tonhera
Dero umas dez chibatada
Qu’ele perdeu um sapato
E ficou cum as carça mijada
Truxero ele prum claro
Perto de Zefa ajuntaro,
E truxero a papelada.

Quando o juiz viu ca coisa
Estava ficano preta
Foi falar, mas desistiu,
Pigarreou, fez careta,
E dixe no pensamento:
Vou fazer o casamento
Antes que eu me cumprumeta.

E dixe: _Seu Zé Tonhera,
O sinhô qué se casar
Cum dona Zefa Tenoro
Pra nunca mai se apartar?
Naquele instante Tonhera
Sintiu a faca pexeira
No seu pescoço encostar.

Sentiu a ponta da faca
E lhe deu um farnizim,
Um trimilique nas perna,
Na barriga, um brubuim,
Cuma quem conta um segredo
Pulou pro riba do medo
E disbugaiou um sim.

O Juiz virou pa Zefa
E antes de cumeçar
Ela já gritou que sim,
Que quiria se casar,
Nessinstante Zé Tenoro
Dixe: Termine o Casoro
Que o povo quer forrozar.

O Juiz naquela hora
Teve um má prissintimento,
Mas resorveu preguntá
Ali naquele momento
Se lá no Sítio Xerém
Tinha pro lá um arguém
Que era contra o casamento.

Foi antão que ouviu-se a voz
De Xica de Ontõe Conrado
Que Dixe: Esse Zé Tonhera
Já é um home casado,
É casado em Goianinha
Cum Vera, uma prima minha,
Nas orde do delegado.

O Juiz dixe danou-se,
Pra quê que eu fui preguntar!
Zefa dixe: -Nesse caso
Tomém num quero casar.
Tonhera virou de lado
E dixe eu tô dispensado,
E agora vou me mandar.

E escapuliu correndo
Sem ninguém correr atrás…,
Zé Tenoro dixe a Zefa:
Por arte do satanás
Pode o céu dá um açoite,
Se tu num casa hoje a noite
Antonce num casa mais.

Zefa meio arrependida
Ficou num canto calada.
Passou a mão na barriga,
Alembrou das ecapada
Cum Zuca do veio Duda,
Lembrou que tava buchuda,
E resorveu a parada.

Afastou-se assim de lado,
Assubiu numa cadera,
E gritou: Eu era noiva
Mas num amava Tonhera.
Pra festa cuntinuar
Eu pretendo me casar
Cum quarqué um que me quera.

Eu dixe: – É cumigo mermo,
Vamo casar nessinstante.
O Juiz fez o casóro
O forró seguiu avante
E até no raiar do dia
Foi só festa e alegria
Daquele dia em diante.

Assim termina essa história
Onde eu casei por acaso
Mas que deu foi muito certo
Nunca me trouxe um atraso
Vivo no Sítio Xerém
Levando chifre também,
Mas aí, … é outro caso.

José Acaci

O Poeta Gonga Monteiro Lança Livro

Poeta Gonga Monteiro faz lançamento de seu livro no dia 30 de Junho em Afogados da Ingazeira na casa de taipa- centro desportivo ás 19 horas. Na ocasião haverá recital de Poesias. Você que é amante da poesia esta convidado a prestigiar

terça-feira, 7 de junho de 2011

Pinto do Monteiro e João Furiba

João Furiba foi fazer uma visita ao poeta Pinto do Monteiro.
Pinto já se encontrava doente e sem enxergar quando Furiba chegou na porta de sua casa e, saudando o poeta, disse:

“Há tempo em que eu não vinha
nesta santa moradia
visitar o velho Pinto
Me traz tanta alegria
Que é mesmo que ter tirado
O bolão da loteria”

Pinto com muito bom humor, disse:

“Eu não imaginaria
que você chegasse agora
Com essa sua presença
Obtive uma melhora
Quer ver eu ficar bom mesmo
É quando você for embora”

No interior se fala assim

Há diferenciação
Porque cada região
Tem seu jeito de falar
O Nordeste é excelente
Tem um jeito diferente
Que a outro não se iguala
Alguém chato é Abusado
Se quebrou, Tá Enguiçado
É assim que a gente fala

Uma ferida é Pereba
Homem alto é Galalau
Ou então é Varapau
E coisa ruim é Peba
Cisco no olho é Argueiro
O sovina é Pirangueiro

Enguiçar é Dar o Prego
Fofoca aqui é Fuxico
Desistir é Pedir Penico
Lugar longe é Caxaprego
Ladainha é Lengalenga
E um estouro é Pipoco
Qualquer botão é Pitoco
E confusão é Arenga

Fantasma é Alma Penada
Uma conversa fiada
Por aqui é Leriado
Palavrão é Nome Feio
Agonia é Aperreio
E metido é Amostrado
O nosso palavreado
Não se pode ignorar
Pois ele é peculiar
É bonito, é Arretado
E é nosso dialeto
Sendo assim, está correto

Dizer que esperma é Gala
É feio pra muita gente
Mas não é incoerente
É assim que a gente fala

Você pode estranhar
Mas ele não tem defeito
Aqui bala é Confeito
Rir de alguém é Mangar

Mexer em algo é Bulir
Paquerar é Se Inxirir
E correr é Dar Carreira
Qualquer coisa torta é Troncha
Marca de pancada é Roncha
E a caxumba é Papeira

Longe é o Fim do Mundo
E garganta aqui é Goela
Veja que a língua é bela
E nessa língua eu vou fundo
Tentar muito é Pelejar
Apertar é Acochar

Homem rico é Estribado
Se for muito parecido
Diz-se Cagado e Cuspido
E uma fofoca é Babado
Desconfiado é Cabreiro
Travessura é Presepada
Uma cuspida é Goipada
Frente de casa é Terreiro

Dar volta é Arrudiar
Confessar, Desembuchar
Quem trai alguém, Apunhala
Distraído é Aluado
Quem está mal, Tá Lascado
É assim que a gente fala

Aqui valer é Vogar
E quem não paga é Xexeiro
Quem dá furo é Fuleiro
E parir é Descansar
Um rastro é Pisunhada
A buchuda é Amojada
E pão-duro é Amarrado

Verme no bucho é Lombriga
Com raiva Tá Com a Bixiga
E com medo é Acuado
Tocar em algo é Triscar
O último é Derradeiro
E para trocar dinheiro
Nós falamos Destrocar

Tudo que é bom é Massa
O Policial é Praça
Pessoa esperta é Danada
Vitamina dá Sustança
A barriga aqui é Pança
E porrada é Cipoada

Alguém sortudo é Cagado
Capotagem é Cangapé
O mendigo é Esmolé
Quem tem pressa é Avexado
A sandália é Percata
Uma correia, Arriata
Sem ter filho é Gala Rala
O cascudo é Cocorote
E o folgado é Folote
É assim que a gente fala

Perdeu a cor é Bufento
Se alguém dá liberdade
Pra entrar na intimidade
Dizemos Dar Cabimento
Varrer aqui é Barrer
Se a calcinha aparecer
Mostra a Polpa da Bunda
Mulher feia é Canhão
Neco é pra negação
Nas costas, é na Cacunda

Palhaçada é Marmota
Tá doido é Tá Variando
Mas a gente conversando
Fala assim e nem nota
Cabra chato é Cabuloso
Insistente é Pegajoso
Remédio aqui é Meisinha
Chateado é Emburrado
E quando tá Invocado
Dizemos Tá Com a Murrinha

Não concordo, é Pois Sim
Tô às ordens é Pois Não
Beco ao lado é Oitão
A corrente é Trancilim
Ou Volta, sem o pingente
Uma surpresa é, Oxente!
Quem abre o olho Arregala
Vou Chegando, é pra sair
Torcer o pé, Desmintir
É assim que a gente fala

A cachaça é Meropéia
Tá triste é Acabrunhado
O bobo é Apombalhado
Sem qualidade é Borréia
A árvore é Pé de Pau
Caprichar é Dar o Grau
Mercado é Venda ou Bodega
Quem olha tá Espiando
Ou então, Tá Curiando
E quem namora Chumbrega

Coceira na pele é Xanha
E molho de carne é Graxa
Uma pelada é um Racha
Onde se perde ou se ganha
Defecar se chama Obrar
Ou simplesmente Cagar
Sem juízo é Abilolado
Ou tem o Miolo Mole
Sanfona também é Fole
E com raiva é Infezado

Estilingue é Balieira
Uma prostituta é Quenga
Cabra medroso é Molenga
Um baba ovo é Chaleira
Opinar é Dar Pitaco
Axila é Suvaco
E cabra ruim é Mala
Atrás da nuca é Cangote
Adolescente é Frangote
É assim que a gente fala

Lugar longe aqui é Brenha
Conversa besta, Arisia
Venha, ande, é Avia
Fofoca é também Resenha
O dado aqui é Bozó
Um grande amor é Xodó
Demorar muito é Custar
De pernas tortas é Zambeta
Morre, Bate a Caçuleta
Ficar cheirando é Fungar

A clavícula aqui é Pá
Um mal-estar é Gastura
Um vento bom é Frescura
Ali, se diz, Acolá
Um sujeito inteligente
Muito feio ou valente
É o Cão Chupando Manga
Um companheiro é Pareia
Depende é Aí Vareia
Tic nervoso é Munganga

Colar prova é Filar
Brigar é Sair no Braço
Nosso lombo é Ispinhaço
Faltar aula é Gazear
Quem fala alto ou grita
Pra gente aqui é Gasguita
Quem faz pacote, Embala
Enrugado é Ingilhado
Com dor no corpo, Ingembrado
É assim que a gente fala

Um afago é Alisado
Um monte de gente é Ruma
Pra perguntar como, é Cuma
E bicho gordo é Cevado
A calça curta é Coronha
Um cabra leso é Pamonha
E manha aqui é Pantim
Coisa velha é Cacareco
O copo aqui é Caneco
E coisa pouca é Tiquim

Mulher desqualificada
Chamamos de Lambisgóia
Tudo que sobra, é Bóia
E muita gente é Cambada
O nariz aqui é Venta
A polenta é Quarenta
Mandar correr é Acunha
Ter um azar é Quizila
A bola de gude é Bila
Sofrer de amor, Roer Unha

Aprendi desde pivete
Que homem franzino é Xôxo
Quem é medroso é um Frouxo
E comprimido é Cachete
Sujeira em olho é Remela
Quem não tem dente é Banguela
Quem fala muito e não cala
Aqui se chama Matraca
Cheiro de suor, Inhaca
É assim que a gente fala

Pra dizer ponto final
A gente só diz: E Priu
Pra chamar é Dando Siu
Sem falar, Fica de Mal
Separar é Apartá
Desviar é Ataiá
E pra desmentir é Nego
Quem está desnorteado
Aqui se diz Ariado
E complicado é Nó Cego
Coisa fácil é Fichinha
Dose de cana é Lapada
Empurrão é Dá Peitada
E o banheiro é Casinha

Tudo pequeno é Cotoco
Vigi! Quer dizer, por pouco
Desde o tempo da senzala
Nessa terra nordestina
Seu menino, essa menina!
É assim que a gente fala.

Ismael Gaião da Costa

Espinheta Paixão

Dois pés de mandacarus
Em uma vereda se via.
Ali cresceram juntinhos
É assim que se noticia.
Não sei se é bem verdade,
Ou lenda que o povo cria.

O povo que passa por lá,
Fazendo sua romaria,
Diz que um, é o tal João,
O outro, é a bela Maria,
Filha de um fazendeiro
Que o namoro não queria.

Ela uma moça bonita!
João um bonito rapaz...
Que fora abatido a tiros,
Pelas mãos de um capataz.
A mando do fazendeiro,
Que nada entendia de paz.

Maria ficou desesperada,
Com a morte de sua paixão,
De posse de um punhal
Sangrou o seu coração,
E caiu em cima do moço,
Que estava morto no chão.

O velho pai desesperado
Acabou por enlouquecer.
Vendo sua filha única
Daquele modo morrer,
E teve ali o seu castigo
Porque fez por merecer.

Pouco tempo depois
Nascia naquele lugar.
Um par de mandacarus
Frente a frente a namorar.
Marco da velha história
Que eu acabo de contar.

Dalinha Catunda

Ai se sesse

Disseram para o poeta Zé da Luz que pra falar de amor, era necessário uma português correto e tal.
E aí ele escreveu essa poesia:


Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse
De São Pedro não abrisse
A porta do céu e fosse
Te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse
Pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse
E as virgi toda fugisse

Autor: Poeta Zé da Luz