I VI
Com 20 anos de idade Até minhas
duas moças
Ainda um adolescente Empregadas na
cidade
Mais em várias
comunidades Nas
cozinhas lavando louças
Tem trabalho permanente Sofrendo
barbaridades
Meus parabéns ao CECOR Hoje elas estão
comigo
Que busca sempre o melhor Deixaram aquele
castigo
Com sua equipe
competente. E não
sentem nem saudades.
II VII
20 anos transformando Qualquer verão
que fazia
As vidas da população Eu desabava
pra o Sul
20 anos semeando Não
tinha agroecologia
Justiça, paz e união Só tinha
o puro angu
Mostrando que é viável Hoje ninguém,
vive atôa
Viver de forma
sustentável Pra
mim a vida está boa
Essa é sua missão. Será
que não ta e pra tu?
III VIII
Todo tipo de verduras O
cabra trabalhava um dia
Eu tenho no meu quintal Por um litro de
feijão
Vivo da agricultura Numa casa
de família
E tenho até animal Não dava
uma refeição
Obrigado de coração Vizinhos se
reclamavam
Ao Centro de Educação A mulher e os
filhos coravam
Comunitária Rural. Por falta
de alimentação.
IV IX
Tenho cisterna no oitão As roupas eram
fraquinhas
Para o consumo da família Eu parecia o caco
Tenho cisterna calçadão Eu vendia as
galinhas
Onde eu colho todo dia Pra não passar
por velhaco
Não quero vida melhor Os filhos sem
ir a escola
E se não fosse o CECOR E o pai sem pedir
esmola
Nada disso existia. Porque
não tinha um saco.
V X
Hoje estou bem controlado Hoje aqui no sertão
Não trabalho de emergência Não quero vida melhor
Aprendi no semiárido Celular
e televisão
Outra forma de
convivência Carro
moto ao meu redor
Não aprendi a fazer
chover Esses são
os versos meus
Mas aprendi a viver Muito
obrigado meu Deus
Isso também é ciência. E viva sempre
o CECOR
São José do Belmonte,
outubro de 2014.
Autor: Josué Moreno