Não pedi ao mundo nem roguei ao Céu
Para ser gerado, mas fui sem pedir
Grito pela vida, mas é em silêncio
Corro um grande risco de ninguém me ouvir.
Eu sou a semente que caiu na cova
De uma relação sem razão de ser
Sem chuva de amor a vida não brota
Seca e apodrece antes de nascer.
O ventre que ocupo tem nojo de mim
Quem me lançou nele só fala de aborto
Sem autodefesa, exposto e com medo
Tenho a impressão que estou vivendo morto.
Sou o resultado de um sentimento
Que concretizou-se, mas foi por acaso
Advindo apenas de uma atração física
Cuja validade não continha prazo.
Mãe, eu lhe asseguro transformar seu corpo
Sem danificar a sua beleza
Livrá-la do fluxo por um bom período
E tornar mais romântica a sua natureza.
Pai, eu lhe prometo ser seu grande amigo
E não lhe dar desgosto de maneira alguma
Em troca, eu lhe peço que me reconheça
Dê-me um sobrenome e, por favor, me assuma.
Tentar esconder-me da sociedade
Pra poupar a honra de um falso regime
É uma barbárie tão pecaminosa
Que Deus fecha os olhos pra não ver o crime.
Já que a maior celebração da vida
De todos os tempos é o nascimento
Aguardo e confio que seja possível
Ser presenteado por esse momento.
Em nome de Deus e da santa inocência
Não corte as raízes da minha existência!
Zé Adalberto
Enviado por Lucivania Bernardo – Itapetim - PE
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