Era uma vez um planeta
Criado com muito amor
Matéria prima das boas
Por Deus, o nosso Senhor.
Terá ele se arrependido
Vendo tudo sucumbido
Sem crença, fé ou amor?
Ao homem que ele deu olhos
Não enxerga, apenas vê
Finge de desentendido
Quando há tanto pra fazer
Planta os sonhos em versos
De tipos os mais diversos
Entretanto ele não crê.
Vive batendo no peito
Dizendo tudo poder
Mas traz os ouvidos moucos
Só quer ter mas nunca ser
Um palmo além do umbigo
Nem ele nem eu consigo
Decifrar o que acontecer.
Das palavras faz chibata
Sem ter qualquer compaixão
Atreve-se a poetar
Pra magoar um irmão
Sem entender que a boca
Não é para coisa pouca
Deve expor o coração.
As dores da própria pele
Recusa sem hesitar
Não sente nenhum remorso
Se as dores for provocar.
Que diabo de ser humano
É esse feito de pano
Que não foi Deus a criar?
Se lhe amarga o paladar
Enche o ar de palavrão
Mas serve, o mascarado
Muito fel ao seu irmão
De onde pensa que veio
Esse misto de aperreio
sem alma nem coração?
Vem com boa pontaria
Eu sei, muita explicação
Dirão que isso é balela
Eu vim foi duma explosão
Pois que seja assim vá lá
Eu quero é ver explicar
Quem é que armou o alçapão.
Porque mais dia menos dia
Não vai ter um pra contar
Donde eu vim pr'onde eu fui
A ninguém vai interessar
Seja o fogo, a água ou o ar
Que os três virão a faltar
Que tonto vai duvidar?
(Tere Penhabe)
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