Zé
de Dona quiterinha
Era
um cabra amatutado
As
viagens que ele tinha
Restringia-se
Ao roçado
Cabra
forte de coragem
Eu
guardava a sua imagem
Dos
tempos que longe vão
Falava
errado talvez
Porque
pobre não tem vez
Nem
tempo pra educação.
Fazia
mais de seis anos
Que
eu não tinha visto Zé
Foi
então que fiz
os
planos de velo
E
com muita fé parti
para
o meu sertão
na
minha imaginação
lembrei
de Zé no passado
cabra
matuto de pia
eu
nunca imaginaria
que
José tinha mudado.
a
viajem foi ligeira
cheguei
aqui a tardinha
e
fui em toda carreira
pra
casa de quiterinha
chamei
mas ninguém
ouviu
chamei de novo
E
saiu quitera e sua bondade
que
mim abraçou dando um laço
mantando
nun só abraço
Seis
anos de saudade
Quitéria
foi mim falando
Que
Zé tava no roçado
Que
logo ia voltar
Depois
de trancar o gado
E
a te ai tudo igual
Dona
Quitéria normal
Zé
trabalhando na roça
Fiquei
ali como estava
Quando
eu menos esperava
Escuto
aquela voz grossa
Era
Zé, meu grande amigo
A
mesma aparência rude
Daquele
jose antigo
Dos
nossos banhos de açude
O
mesmo palavreado
Com
o seu português errado
Assassinado
o plural
Em
vez das vacas, as vaca
Em
vez das facas, as faca
E
até ai tudo igual
E
a gente foi coversando
Recordando
as alegrias
Depois
fiquei declamando
Para
Zé algumas poesias
Que
de tanto ele gostar
Pediu
para eu mandar
Os
versos desde o começo
E
eu lhe disse sem rodeio
Vou
mandar pelos correio
Dite
ai seu endereço
Foi
então que percebi
Que
José tinha mudado
A
primeira vez que eu vi
Um
matuto informatizado
Zé
disse pra quer correio
Repasse
pra o meu email
Que
ele chega sem demora
Hoje
ninguém vive sem
E
se você ainda não tem
Crie
que já passou da hora
Fiquei
de queixo caído
E
disse pronto danôce
Se
o mundo tava perdido
Com
essa acaboce
Mas
Zé ficou todo serio
E
disse Qual o mistério
Mudando
da voz o tom
Anote
sem oba oba
Zé
de quiterinha arroba
Hotmail
ponto com.;
E
disse as coisas de lá
Por
aqui já repercute
Se
quizer é so mandar
Os
versos pro meu orkute
Que
eu vou na lan house
De
baixo pego meu pen driver
E
encaixo na entrada USB
Armazeno
os verso seu
Depois
repasso pro meu
Notebook
e vou só Ler.
Eu
fiquei bestificado
Não
entende quase nada
Fiquei
todo envergonhado
Mas
com a boca calada
Deixei
Zé continuar
Que
danoce a falar
Num
tal de twiter
Que
eu nem sei o que significado
Mas
Zé falou de voz rica
Hoje
todo mundo tem.
Ai
eu pensei mais
É
danado José erra o português
Mas
fala todo acertado
Pronunciando
o inglês
Falou
num blog que tinha
E
ai dona quiterinha falou
Vê
se não esquece.
Entre
no Google e na linha
Bote
Zé de quiterinha
Clique
no link e acesse
Pensei
com migo já visse
Que
veinha mais danada
Mas
dessa vez nada disse
Mantive
a boca calada
E
Quitéria indagou solene
Tu
tens MSN?
O
meu o meu e fácil não erre
Mim
adicione no seu hol.
Quiterinha
arroba bol
Ponto
com ponto BR.
Eu
fiquei todo perdido
No
mundo informatizado
Mim
achava muito sabido
Mim
senti todo humilhado
Pensei
que as modernidades
Vinha
ser em grandes cidades
Preconceito
besta o meu
Fui
mim borá do sertão
Mas
fui com a convicção
De
que o matuto sou eu
(Vinicius
Gregório)
O POETA ISMAEL PEREIRA A QUE SE REFERE AO SIGNIFICADO, É O POETA ISMAEL PEREIRA DO CEARÁ, QUE ESTÁ EM PLENA EVIDÊNCIA, OK? ISSO PARA DEIXAR CLARO! MESMO TENDO TODA ADMIRAÇÃO PELO QUE ERA DO PE. ABRAÇOS, LUIS CARLOS, LAVRAS DA MANGABEIRA, CE
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