terça-feira, 8 de outubro de 2013

O Imposto do Cupido

Nos braços da minha amada
Sou inventor de carinho
Tal qualmente um bem-te-vi
Eu chega fico alesado
Feito um bacorim mamado
Pro riba dos bacorinhos.

É aquele enganchamento
De perna de boca e mão
Aquele agrado de coxa
É aquela alisação
E se acaso ela der sopa 12 Descascadinha de roupa
Virge-Maria!... Sei não!

O falar da minha amada
É aquele meio-tom
Aquela vozinha fofa
Que nem um talco Pom-Pom
Na orelha desse ouvido
É aquele sustenido
Fazendo cochicho bom.

Meu peso sem gravidade
Me manera vento afora
Eu em formato de doido
Esqueço o dia e a hora
E se ela disser: - Menino!
Vambora fazer menino?
Menino, eu digo: - Vambora!

O imposto do cupido
Eu pago só o varejo
Aparecendo um fiscal
Declaro dois ou três beijos
E sonego o apurado:
Chamego luxuoso
Os fósco que acende a chama
Palavreado de cama
Os apelido dengoso
Os meus saldos de balanço
Curruxiado e gracejos
E aviso a fiscaiada
Se multar a minha amada
Tá multando meus desejos.


JESSIER QUIRINO 

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