quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A CHUVA É QUEM VESTE A PLANTA/QUE A SECA DEIXOU DESPIDA



DEUS CRIOU A NATUREZA                                                                                      
COM O PODER DE SUA MENTE
FEZ BROTAR UMA SEMENTE
SEM PRECISAR DE RIQUEZA.
É DE TAMANHA BELEZA
UMA PLANTINHA CRESCIDA
QUE NÃO SE DÁ POR VENCIDA
QUANDO A SECA LHE ESPANTA
A CHUVA É QUEM VESTE A PLANTA
QUE A SECA DEIXOU DESPIDA.

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A PLANTA É BEM RESISTENTE
MESMO HAVENDO A ESTIAGEM
NUNCA LHE FALTA A CORAGEM
PRA ENFRENTAR O SOL QUENTE
QUANDO CHOVE O GALHO SENTE
RESSUCITAR SUA VIDA
SURGE O VERDE SEM MEDIDA
POR ISSO É QUE ME ENCANTA
A CHUVA É QUEM VESTE A PLANTA
QUE A SECA DEIXOU DESPIDA.

Erivoneide Amaral
Fonte: Blog Educação, Esporte e Cultura 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A Mulher Que Mais Amei - Patativa do Assaré


Era um modelo perfeito 
A mulher que mais amei, 
Linda e simpática de um jeito 
Que eu mesmo dizer não sei. 
Era bela, muito bela; 
Para comparar com ela, 
Outra coisa eu não arranjo 
E por isso tenho dito 
Que se anjo é mesmo bonito, 
Era o retrato dum anjo.

Sei que alguém não me acredita, 
Mas eu digo com razão, 
Foi a mulher mais bonita 
De cima de nosso chão; 
Era mesmo de encomenda 
E do amor daquela prenda 
Eu fui o merecedor, 
Eu era mesmo sozinho 
Dono de todo carinho 
Daquele anjo encantador.

Era bem firme a donzela, 
Só em mim vivia pensando. 
Quando eu olhava ela, 
Ela já estava me olhando. 
Para a gente conversar 
Quando eu não ia, ela vinha, 
Um do outro sempre bem perto 
Nosso amor dava tão certo 
Quem nem faca na bainha.

E por sorte ou por capricho, 
Eu tinha prata, ouro e cobre. 
Dinheiro em mim era lixo 
Em casa de gente pobre. 
Nós nunca perdíamos ato 
De cinema e de teatro 
De drama e mais diversão, 
Não faltava coisa alguma, 
As notas eu tinha de ruma 
Para nós andar de avião.

Meu grande contentamento, 
Não havia mais maior 
E nossos dois pensamentos 
Pensava uma coisa só. 
Para desfrutar a minha vida 
Perto de minha queria 
Eu não poupava dinheiro. 
Tanta sorte nós tivemos 
Que muitas viagens fizemos 
Nas terras do estrangeiro.

E quando nós se trajava 
E saía a passear 
O povo todo arredava 
Para ver nos dois passar 
Cada qual mais prazenteiro 
Deste nosso mundo inteiro 
Nós dois éramos os mais feliz 
Vivíamos nas altas rodas 
E só trajava nas modas 
Dos modelos de Paris.

Assim a vida corria 
E o prazer continuava 
Aonde um fosse o outro ia 
Onde um tivesse o outro estava; 
Para festa de posição 
Das mais alta ingorfação 
Nunca faltava convite 
Para dizer a verdade 
A nossa felicidade 
Já passava dos limites

Era boa a nossa sorte 
E n]ao mudava um segundo 
Ninguém pensava na morte 
E o céu era aqui no mundo. 
Na refeição nós comia 
Das melhores iguarias 
Sem falar de carne e arroz 
E por isso muita gente 
Ficava rangendo os dentes 
Com ciúmes de nós dois.

Foi uma coisa badeja 
A vida que eu desfrutei, 
Mas para quem tiver inveja 
Dessa vida que levei 
Com tanta felicidade, 
Eu vou dizer a verdade, 
Pois não engano ninguém. 
Aquele anjinho risonho 
Eu vi foi durante um sonho; 
Mulher nunca me quis bem!

A história não foi verdade, 
Todo sonho é mentiroso 
Aquela felicidade 
De tanto luxo e de gozo 
Sem o menor sacrifício, 
Foi negócio fictício, 
Não foi coisa verdadeira. 
Eu fiquei dando o cavaco: 
“Este alimento fraco 
Só dá para sonhar besteira.”

De noite eu tinha jantado 
Um mucunzá sem tempero 
E acordei alvoroçado 
Sem mulher e sem dinheiro; 
Ainda reparei bem 
Para vê se via alguém 
De junto de minha rede 
Mas, em vez de tudo aquilo 
Só ouvi cantando o grilo 
Nos buracos da parede.

Quando acordei estava só 
Sem ter ninguém do meu lado, 
Era muito mais melhor 
Que eu não tivesse sonhado. 
Quem já vai no fim da estrada 
Levando a carga pesada 
De sofrimento sem fim, 
Doente, cansado e fraco 
Vem um sonho enchendo o saco 
Piorar quem já está ruim.”

Patativa do Assaré

Fonte: Blog Leo Medeiros

Mulheres em Vesos


Foto Arquivo do Blog Cordel de Saia


Dalinha Catunda
Contemplar a natureza
O azul do céu apreciar,
Numa montanha cismar,
Mirando tanta riqueza
Farto os olhos de beleza
Não fujo a contemplação
Se enleva meu coração
Na hora do sol se pôr
Tudo isso chamo primor
Não vejo outra tradução.
*
Williana Brito
Sentir a brisa altaneira
Fazer dançar toda a mata;
Ver a lua cor de prata,
Ouvir uma cachoeira,
Tomar banho de biqueira
Sentindo os pingos na mão;
Ver chuva no meu sertão
Expurgar tristeza e dor
Tudo isso chamo primor
Não vejo outra tradução.
 *
Dalinha Catunda
O canto da passarada,
Festejando o amanhecer
É coisa que adoro ver
E que me deixa encantada,
Ver a campina orvalhada
E o brilho do sol no chão,
Iluminando o sertão
Nas manhãs do interior,
Tudo isso chamo primor
Não vejo outra tradução.
 *
 Williana Brito
Comer um fruto docinho
Tirado do pé na hora
Poder contemplar a aurora
Ver o mato bem verdinho
Ver mãe ninando o filhinho
Entoando uma canção
Irmão abraçando irmão
Num jardim cheio de flor
Tudo isso chamo primor
Não vejo outra tradução.
*
Bastinha Job

No Cantinho da Dalinha
encontrar Williana
a cordelista bacana,
as duas numa duplinha,
cada décima bem certinha
passou-me tanta emoção
digo com convicção:
Que versos cheios de cor

Tudo isso chamo primor
Não vejo outra tradução.

Mote de Dalinha Catunda
Fonte Blog Cordel de Saia

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Universo de Poesia


Tomba à tarde no lânguido poente

O sol deita os seus últimos fulgores;
A natura desperta outros rumores
Com mistérios surgidos do latente.
Um poema de forma transcendente
Traz o claro do meu sentir fulgente.
Com reflexos astrais da luz sensível;
No crepúsculo, percebo o invisível,
Entre as folhas dos plácidos sentidos,
E contemplo os meus versos coloridos
Entre os vales dum Ser perceptível.

Nas montanhas da abóboda celeste
Um ocaso desenha o fim do dia,
As estrelas em linda romaria
Dão mil beijos na face do cipreste.
A galáxia do verso o corpo veste
Lindos brilhos vividos no meu peito,
Desenhando o sentir quase perfeito
Na montanha feliz do Ser poeta,
Onde a luz do poético arquiteta
A ternura do verso no meu leito.

Lindos pentes das cores do arrebol
Deixam feixes de luzes no crepúsculo
Até mesmo um suave Ser minúsculo,
Sente a noite roubando a luz do sol.
Sinto o verso estendido qual lençol
No meu corpo tocando com leveza,
Despertando no cosmos da beleza
Os pequenos cometas da poesia,
Clareando meu mundo de magia
Revelando do peito a natureza.

Sinto o sol despedindo-se da terra
Derramando das luzes mil serenos,
Os reflexos ficando bem pequenos
Num adeus no poente atrás da serra.
Cada verso no coração desterra
Os fulgores felizes da existência;
Surge a vésper no céu da consciência
Com mil brilhos no fundo coração,
Clareando meu ser de sensação
Sobre o campo sutil da transcendência.

Gilmar Leite

Nunca pensei que a saudade, Doesse assim desse jeito.





No tempo da juventude 
Quis seguir meus ideais...
 
Deixei o lar dos meus pais
 
Tomei na vida atitude.
 
Mas depois vi que não pude
 
Satisfazer o meu peito,
 
Pois percebi o defeito
 
Na prisão dessa verdade,
 
Nunca pensei que a saudade
 
Doesse assim desse jeito.
 

Voei pra fora do ninho
 
Ao perceber minha “asa”,
 
Mas deixar a minha casa
 
Não foi o melhor caminho.
 
Eu me sinto um passarinho
 
Num canto escuro e estreito,
 
Sendo o principal suspeito
 
De querer a liberdade.
 
Nunca pensei que a saudade
 
Doesse assim desse jeito.
 

Não sinto mais o sabor
 
Da comida sobre a mesa,
 
Pois mãe com toda certeza
 
Temperava com amor.
 
Nem mesmo o meu cobertor
 
Está cobrindo direito,
 
Não tiro dele o proveito
 
Da antiga comodidade.
 
Nunca pensei que a saudade
 
Doesse assim desse jeito.
 

O meu pai que foi meu mano
 
Dos meus momentos felizes,
 
Estará nas “cicatrizes”
 
No decorrer desse ano.
 
Ele que apoiou meu plano,
 
Puramente por respeito,
 
Mas sei que dentro do peito
 
Não era a sua vontade.
 
Nunca pensei que a saudade
 
Doesse assim desse jeito.
 

Desfaço e faço a bagagem
 
E fico nesse dilema
 
Pra resolver o problema,
 
Mas eu não tenho coragem.
 
Um sentimento selvagem
 
Toma conta e eu não rejeito,
 
Pois eu sei que o sonho é feito
 
Com essa dualidade.
 
Nunca pensei que a saudade
 
Doesse assim desse jeito.
 

Pensei que os primeiros dias
 
Eu podia superar,
 
Mas vi o tempo passar
 
Desviando as alegrias.
 
Nas noites das agonias
 
Ponho o travesseiro ao peito,
 
Mesmo não sentindo efeito
 
Da familiaridade.
 
Nunca pensei que a saudade
 
Doesse assim desse jeito.
 

Esperem que logo mais
 
Voltarei pro meu regaço
 
E aí sim, refaço o laço
 
Da união junto a meus pais.
 
E serão tempos reais
 
De um filho pródigo, imperfeito,
 
Que seguiu o seu conceito
 
Vivendo em simplicidade.
 
Nunca pensei que a saudade
 
Doesse assim desse jeito.
 


Felipe Júnior 
Em 26 de agosto de 2010 
Fonte: Blog do Felipe Junior

ACONSELHAMENTO




Não faça nada sabendo
Que está fazendo errado.

(Mote de autoria desconhecida enviado pelo Poeta Zé Ilton)

Não critique a atitude
De quem só quer ajudar
Pois se um dia precisar
Vai encontrar quem lhe ajude
Não prejudique a saúde
Com cigarro ou “baseado”
Não compre nada roubado
Nunca xingue o reverendo
Não faça nada sabendo
Que está fazendo errado.

Não dê asilo a ladrão
Não critique a vizinhança
Não tente puxar pra dança
Dama com anel na mão
Evite entrar em questão
Com alguém muito abastado
Não desacate soldado
Quem fez isso está sofrendo
Não faça nada sabendo
Que está fazendo errado.

Fale pouco e ouça mais
Aprenda com o erro alheio
Nunca queira está no meio
De conflitos conjugais
Honre o nome dos seus pais
Não se venda a deputado
Que um dia o cabra safado
Vai acabar lhe vendendo
Não faça nada sabendo
Que está fazendo errado.

Glosas: Wellington Vicente.
Porto Velho, 24/04/2010.
O PESO DA SAUDADE

Fonte: Blog do Felipe junior