quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

MEU PAPAI NOEL DE CASA.


















Imagem da net

Do Poeta Dedé Monteiro 


Os sinos tocam contentes 
Aí Papai Noel sai 
Distribuindo presentes 
Como se fosse outro pai 
Durante essa missão sua 
Sobe rua desce rua 
Sobe morro, morro desce, 
Palmilha todo terreno 
Só meu casebre pequeno 
Papai Noel não conhece. 

É porque eu não conheço 
Onde Papai Noel mora 
Senão o meu endereço 
Eu ia enviar-lhe agora 
Escrevo um bilhetinho 
Conto bem direitinho 
Onde fica meu chalé 
Se dizem que ele adivinha 
Porque só minha casinha 
Ele não sabe onde é? 

Quer saber o que se dava 
Se papai fosse um ricaço? 
Papai Noel não errava 
As grades do meu terraço 
Rondava a casa por fora 
Entrava fora de hora 
Pela chaminé descia 
E em silêncio sorrindo 
Deixava um presente lindo 
Pegava o saco e saía. 

Chaminé muito enfeitada 
Minha palhoça não tem 
Mas duma lata amassada 
Papai fez uma também 
Mas se o senhor entender 
Que ela não vai lhe caber 
Eu deixo aberta a janela 
E se o senhor se cansar 
Achar que não deve entrar 
Jogue o presente por ela 

Reclamando desse jeito 
Posso até estar errado 
Pois meu mucambo foi feito 
Num lugar muito atrasado. 
Será que Papai Noel não passa 
Porque não tem luz nem praça 
Nem parque de diversão? 
Esse Papai Noel nobre 
Não liga menino pobre 
Que vive de pé no chão 


Meu papai que é mais humano 
Este ano me falou 

Se Deus quiser para o ano 
O seu presente eu mesmo dou 
Papai é homem de fato 
Não é papai de boato 
Como esse Noel que atrasa 
Meu papai é tão fiel 
Que não há Papai Noel 
Como o que tenho em casa. 

AS COISAS DO PAJEU


Imagens da net
É uma coisa encantada
O mapa do meu sertão...
A bela Serra Talhada,
Itapetim, Solidão.
Tabira tem cantadores,
Mas atrai os compradores
De bois nelore e zebu;
Fica o sertão mais bonito,
Pois tem São José do Egito
Riqueza do pajeú.

Tem a Santa Terezinha
Que cidade hospitaleira;
Brejinho, cidadezinha;
Afogados da Ingazeira;
Tem Santa Cruz e tem Flores,
Quixaba senti odores
Da flor do mandacaru.
Iguaracy tem chão belo,
Terra de Maciel Melo
Tem que ser do Pajeú.

Tuparetama festeira,
Carnaíba da cultura.
Tem Triunfo e Ingazeira,
Calumbi, beleza pura.
Tem o forró pé-de-serra,
Tem o gosto dessa terra
Sabor de Louro e Xudu.
Se tem vates do repente
É porque toda essa gente
Vem de lá do Pajeú.

Eu deixo aqui relatado
O que eu tenho na lembrança,
Pois se torna consagrado
Nosso tempo de criança.
E você que está me ouvindo
Se pensar que estou mentindo
Vou quebrar este tabu...
Em vez de somente ler
Você tem que conhecer
As coisas do Pajeú.

Poeta Felipe Júnior