segunda-feira, 29 de julho de 2013

A morte do cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos entristece o Nordeste...

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O meu Nordeste entristece
E o meu Brasil Brasileiro
Por ter perdido um artista
Um herói, um sanfoneiro
Um grande compositor
Um cantador de valor
Partiu um grande guerreiro

Que lutou contra a doença
Desde treze de janeiro
Ficamos sem a sanfona
Sem o seu show derradeiro
O Brasil entristeceu
Quando a noticia se deu
Com a morte do sanfoneiro

O nosso cantor partiu
Deixando triste o sertão
Vai se encontrar com Gonzaga
O Luiz rei do baião
Que na sanfona cutuca
Vai se encontrar com Sivuca
  E o Elino Julião

Vai cantar com a Marines
 E o Patativa do Assaré
Os anjos vão bater palma
Acredite se puder
Da musica leva um troféu
Hoje ele canta no céu
Com Jesus de Nazaré

(Lalauzinho de Lalau)
Fonte Blog O Mundo em Versos

Freiras e banhistas circulam pelas areias da praia de Copacabana, à espera do papa Francisco...

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Desse jeito é bom demais
Tudo junto e misturado
Foi nessa sexta passada
Com freiras por todo lado
Numa quentura danada
E mulheres bronzeadas
Mostrando o corpo sarado

Eu sei que a fé permanece
Durante toda semana
Tomara que continue 
Quando esse papa bacana
Deixar a sua oração
Gravada no coração
No céu de Copacabana

Com essa circulação
De mulheres, quase nua
E freiras com roupas longas
Mostrando a bondade sua
Tudo junto e misturado
E o papa com o seu papado
Passando no meio da rua

De tudo tinha na praia
Gente nu, só de calção
Mulher boa de biquíni
Freira com terço na mão
Gente vendendo camisa 
Gente ruim atrás de pisa
Com mais manifestação

E segue a nossa jornada
Destaque dessa semana
O papa beija um menino
Fazendo a coisa bacana
Tudo junto e misturado
Com freira por todo lado
Na praia de Copacabana

(Lalauzinho de Lalau)
Fonte: Blog o Mundo em Versos

A MÁ NOTÍCIA

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Dar notícia de tragédia
O que já deu de zuada...
Tem que ter jeito pra coisa
Ter ciência, ter estrada!...
Né quarqué um qui se mete
A butá burro im charrete
Qui vai ganhá a parada

Mi lembro de Zé Garapa
Mestre no cabo da enxada
Invento de sê casêro
De um tal de Chico Buchada
Quando um ano se passou
Garapa telefonou
Três hora da madrugada

Buchada atendeu: - “Alô!”
- “É o seu Chico Buchada?
É Zé Garapa, seu Chico!...”
- “Mas são três da madrugada
E isso é hora de ligar?!”
- “Seu Chico, é que eu vim lhe dar
Uma notíça danada...”

- “Diga logo Zé Garapa!”
- “Foi seu Cachorro Tigrão”
- “Que houve com meu cachorro
De pedigri, campeão?”
- “É que o pobre afaleceu!”
- “Morreu? Mas como morreu?”
- “Se esticou duro no chão!...”

- “Mas morreu de que, seu Zé
Que tragédia desgramada?!”
- “É o seguinte seu Chico,
Foi uma carne estragada.”
- “Mas quem deu carne a esse cão,
Se ele vive de ração?!”
- “Carne do pordo “Frexada!”

- “Espera aí seu José
E o meu pordo morreu?”
- “De tanto carregar água
Mode o incêndio que se deu
Na fazenda Catolé...”
- “Péra aí, como é que é???
E um incêndio aconteceu?”

- “Casa, horta, prantação,
Tudo desapareceu
Pois o fogo lambeu tudo
O gado todo morreu,
A curpa foi duma vela
Na cortina da janela
Onde a fornaia se deu”

- “Que vela é essa, seu doido,
Aí já tem energia!”
- “É qui aqui teve um velório...”
- “Que velório, ô ingrisia!”
- “A vela foi do velório
De sua mãe Donana Osório!
- “Pare com tanta heresia!”

- “Minha mãe tá muito viva...
Jantou aqui ta entendendo?”
- “Tava viva sim sinhô
Mas agora Deus ta vendo!
Qui Ele tenha pena dela
Pois uma bala daquela
Ela caiu se tremendo!”

- “Bala, que bala sujeito?”
- Bom Seu Chico eu me acordei
Cum um barúi e vi um vurto
E a tocaia eu preparei
Ela fez pantim, patrão,
Pensei qui fosse um ladrão
E no vurto eu atirei!

Autor: Merlanio Maia
Fonte: Blog Poesia Popular Nordestina

AJUDANTE DA MORTE

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Seu moço sou sertanejo
Nasci no alto sertão
Foi  que cresci poeta
 cantei com o coração
Escravo da poesia
Sempre a levar alegria
Aonde posso cantar
Trago um baú de memórias
vivo a contar histórias
Tão vivas do meu lugar

 em nóis tem um costume
De na hora de morrer
Convocar-se um Ajudante
este tem o dever
De ajudar quem está morrendo
Com paciência ir dizendo
Toda reza espiritual
Dando ao “de cujos” seu norte
Pra se abraçar com a morte
No seu caminho final

Se o moribundo demora
A se decidir morrer
Fica num chove não molha
Nem morre nem quer viver
É esta a hora doída
Que a família convida
Um Ajudante infalível
Que vai ali convencer
O morrente pra morrer
mais depressa possível

Pois bem na minha terra
No vale do Piancó
Tinha um famoso ajudante
Chamado Zaqueu Socó
Um esquisito sujeito
Altomagro e bem mal feito
Mãos grandes em pele e osso
Caladosemblante ossudo,
De olhar fundosisudo,
Um sujeito rude e grosso

Esse cabocloseu moço
Nunca fazia amizade
Morava sempre sozinho
Quase fora da cidade
Ele nunca adoeceu
sempre compareceu
Na hora extrema da sorte
Ali havia uma crença
Que ele era a presença
Ou um disfarce da morte

Por isso dizia o dito
No Vale do Piancó
Que não havia um ajudante
Igual a Zaqueu Socó
Sua fama era tamanha
Que se gabava da sanha
De nunca ter fracassado
 de vê-lo o moribundo
Ou ia pro outro mundo
Ou  ficava curado

Era tanto que a família
Ao  seu Socó chegar
Caía logo num choro
Dava  da gente olhar
Era como se a morte
Do pobre tirasse a sorte
Liquidando aquele assunto
Pois seu Socó sem demora
Com menos de meia hora
Fazia dele um defunto

Desde menino eu ouvia
povo dali falar
Quando via pela rua
Seu Zaqueu Socó passar
Eu  saía correndo
Com minhas pernas tremendo
Fugindo de qualquer jeito
Nunca fui de ter coragem
com este personagem
Eu tinha o maior respeito

Um dia seu  Picanso
Do Sítio Morada Nova
Adoeceu, foi piorando
E ficou com o  na cova
eu fui  fazer visita
E vi a família aflita
Socó no quarto trancou-se
Sozinho com o moribundo
E o seu filho  Raimundo
Me falou: - Pai acabou-se!

Eu fiquei perto da porta
E ouvi seu Zaqueu falar
Com a voz pastosa e grossa:
- Picanso, eu vim lhe ajudar
Ocê né mais desse mundo!
Ouvi um gemer profundo
Socó meio afobado
Dizer: - Sorte a minha mão!
E agarre a de Santo Antão
Que lhe espera do outro lado!

Nisso eu vi uma zuada
Picanso gritou:- Pra trás!
Eu esperava era a morte
não o seu capataz!
porta estava trancada
Socó com a chave guardada
sem nenhum exagero
Ouvi quebrar-se a janela
Picanso fugir por ela
No maior dos desesperos

Depois disso  o silêncio
Seu Socó a porta abriu
Falou: Picanso curou-se!
Disse isto e depois partiu
Saí dali assustado
Pois nunca tinha passado
que passei nesta hora
Picanso pegou descendo
Ainda hoje está correndo
Largou tudo e foi se embora
  
Como eu não sou imortal
Eu também tive o meu dia
Adoeci gravemente
Nem vivia nem morria
Como naquele momento
Tão grande era o sofrimento
Que eu nada fazia 
Ouvi alguém sussurrar
Pra o sofrimento acabar
Basta chamar Seu Socó

- Valhei-me Nossa Senhora!
Eu fiz o sinal da cruz
Um suador foi me tomando
Nisso eu chamei por Jesus
Fiz das tripas coração
Levantei de supetão
Tomei sopa nesse dia
Pulei numa perna 
Mas ver seu Zaqueu Socó
CRUZ CREDO! Virge Maria!!!

Autor:Merlanio Maia
Fonte: Blog Poesia Popular Nordestina